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Eleições antecipadas
Não posso dizer que a dissolução da Assembleia da República me tenha surpreendido, seguindo a lógica sucessiva de erros do Dr. Santana Lopes à frente de Portugal. Não sou seguramente um grande entusiasta do Primeiro Ministro, mas seguramente tenho de admitir nunca ter visto um alvo com tanto fogo cruzado da sociedade civil, da classe política e da comunicação social. Santana Lopes cometeu erros? Sem dúvida! Ao longo destes três meses foi inapto? Sem dúvida! Deu uma imagem negativa do Governo? Sem dúvida! Merecia ser demitido? Nem pensar. As pessoas esquecem-se que vivemos em democracia e esta maioria foi eleita para governar durante 4 anos, e depois ser avaliada pelos portugueses. O presidente de República queria ter tomado esta posição no Verão, mas literalmente não teve coragem de cometer tal erro grosseiro, só para alegrar os antigos camaradas, mas agora, com uma mini crise política por causa da saída de um ministro, com os opinion makers e os patriarcas da política portuguesa contra esta nova liderança, decidiu entregar de “bandeja” o poder ao seu partido de sempre. Até porque o cenário há 4 meses era bem diferente, e as coisas até podiam correr mal ao PS, com Ferro Rodrigues. Agora, com uma cara lavada (os mesmos e incompetentes guterristas), o PS está pronto para assumir as suas responsabilidades na governação, até porque a crise já passou e será mais fácil voltar aos tempos do facilítismo e do diálogo.
Enquanto militante do PSD estou muito preocupado com o partido, pois estou a imaginar tempos negros para o único partido que governou bem em Portugal, (Sá Carneiro, Cavaco Silva e Durão Barroso). Santana talvez merecesse sair derrotado de umas eleições, mas nunca depois de estar apenas 4 meses à frente do partido. A solução, talvez utópica era arranjar um novo líder, como Miguel Veiga já defendeu, capaz de ganhar as eleições e dar um novo rumo a Portugal. Mas não tenham ilusões, estas eleições ainda não estão perdidas. A capacidade eleitoral de Santana Lopes ainda pode surpreender muita gente.

O Apocalíptico Mário Soares

Nos último anos, a deriva esquerdista e lunática de Mário Soares tem vindo a acentuar-se, deixando a impressão que realmente está a ficar louco. A idade não perdoa, e o Mário Soares de hoje não é aquele que há 30 anos ajudou a salvar Portugal do comunismo, no verão quente de 75. Acerca da frase apocalíptica sobre o possível golpe de estado, tudo é tão ridículo que nem vale a pena comentar, aliás como fizeram a maior parte dos comentadores, mesmo aqueles que costumam alinhar com as suas já normais diatribes verbais.
Agora, vai transformar a sua data de aniversário num verdadeiro comício contra o actual regime que ajudou a fundar. Esquecendo velhos inimigos políticos, vai fazer um jantar com mais de 4 mil pessoas, juntando desde amigos de sempre, até ex. inimigos, mesmo o arqui rival Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa e Francisco Balsemão. Mesmo não concordando com tudo que o Governo vai fazendo, não há memória de tanta oposição, desde a esquerda à direita a um governo democrático. Mário Soares, que vai ser o orador único do jantar, irá proferir frases megalómanas e apocalípticas, sobre o estado do país e do mundo. Dentro daquela cabeça lunática, como será possível conceber que Bush é presidente dos EUA, Blair Primeiro Ministro da Inglaterra e Durão Barroso presidente da Comissão Europeia, enquanto o seu filho nem sequer chegou a líder do PS, e ainda por cima perdeu a câmara de Lisboa para Santana Lopes? Se analisarmos bem, percebe-se o porquê da fúria soarista com o actual mundo democrático.. É que o povo nunca elege aquele que ele pensa que é o melhor....

Jerónimo de Sousa: O último camarada!

Tenho ouvido constantes críticas, por parte de todos os quadrantes políticos (incluindo o próprio PCP), à escolha de Jerónimo de Sousa para Secretário – Geral do PC. Dizem que o PCP desistiu de lutar, cedeu ao seu destino de desaparecimento progressivo, em coerência com contexto internacional.
Não concordo! O PCP está hoje, nitidamente, um partido gasto e ultrapassado. Isso reflecte-se nas urnas, como se viu, por exemplo nas últimas autárquicas. Era preciso fazer algo. E aí o PCP viu-se perante um dilema, por um lado a sua renovação (imagem e ideologia), ou pelo outro, endurecer a sua linha histórica, bem ao gosto de Álvaro Cunhal. A primeira opção tinha um senão, iria pisar terrenos já ocupados pelo BE. E convínhamos, no campo do BE, o PCP não teria muito sucesso.
É por isso que o PCP decidiu manter a sua linha de rumo, até a endurecendo, escolhendo para seu líder formal (pois na realidade é Cunhal quem dá o mote) Jerónimo de Sousa. No fundo é a chamada fuga em frente, onde o PCP vai dar o seu último grito, o ultimo esforço para lutar contra o inevitável desaparecimento.

Iraque Vs Casa Pia

Aparentemente a questão do Iraque nada têm a ver com o tema da Casa Pia. Mas se atentarmos bem à nossa comunicação social, dá a clara impressão que sim.
A arte de informar o grande público consiste em reportar os acontecimentos mais relevantes, do País e do Mundo. Para seleccionar as matérias a tratar, podemos deitar mão do critério do interesse público ou, em alternativa recorremos ao interesse do público. São noções diferentes. Quando a informação tem por objecto formar a opinião pública em assuntos de interesse geral, para que assim exerça plenamente todos os seus direitos inerentes à cidadania, estamos perante uma informação de interesse público. Já o interesse do público é aquilo que a generalidade das pessoas querem ver (via de regra novelas e reality shows).
Nos últimos tempos, e com a honrosa excepção do Jornal da noite do canal 2, todos os noticiários têm dado primazia ao interesse do público. Com efeito os noticiários das 20.00 horas prolongam-se até às 21.30 horas, sendo que, na maioria dos casos, mais de metade do mesmo é dedicado a um só tema. Basta lembrar o tema do Iraque ou da casa Pia (para não falar no folhetim Joana). Não me entendam mal, os temas são importantes e devem ser tratados. Não se pode é inventar ângulos de reportagem e eternizar artificialmente os temas só porque se estão a vender bem. E é melhor nem referir o caso da TVI, que têm como pivot uma ex – anunciante de detergentes, ex – deputada e esposa do manda - chuva desse autêntico tablóide televisivo. Repare-se que depois de cada notícia a pivot faz sempre o seu comentário (geralmente patético, o que até introduz algum interesse).
Resta-nos o Canal 2 e alguma (pouca) imprensa escrita, para salvar o convento.

P.S. Amanhã começa o julgamento da Casa Pia, observemos o autêntico massacre televisivo!!!

Se não estivéssemos na UE já tínhamos um golpe de militar em cima há muito tempo

Foi com esta simples frase que um dos pais da democracia Portuguesa sobressaiu num colóquio ontem no Porto. Há muito tempo que me interrogava sobre as capacidades mentais do cidadão Mário Soares. Mas agora foi longe de mais…
É certo que as amarguras sofridas à custa do seu rebento provocam danos no seu ego. Pois que a estrondosa derrota do seu filho no congresso Socialista, acrescendo à vitória de Santana Lopes na Capital contra o Soares II e a subsequente nomeação do mesmo Santana como Primeiro - Ministro, são sapos difíceis de engolir.
No entanto, e atendendo ao seu passado (mas só mesmo ao já longínquo passado!!!), a sua raiva anti – Santana/Portas, não o devia conduzir a afirmações completamente ridículas.
É certo que vivemos numa época de crise. É certo que o Governo, no geral, tem governado mal. Mas não é menos certo que a democracia está sólida. Não se passa nada em Portugal que não ocorra em qualquer País civilizado desse mundo.
É pois com estupefacção que sigo o percurso recente do ex – presidente da Republica, sempre na expectativa de ver qual é a próxima argolada…

George W Bush

Depois de meses de incerteza, a vitória de Bush vem confirmar tudo aquilo que eu pensava. A luta contra o terrorismo e a melhor forma de lidar com os perigos internacionais é a via de Bush. Depois de a revolução conservadora de Reagan, temos no inicio do século XXI a revolução conservadora de Bush.

A noite de ontem foi de nervos, com as primeiras indicações e sondagens a dar uma vantagem a Kerry nos Estados decisivos. Mas, quando começaram a surgir os primeiros resultados oficiais, pareceu-me logo duas coisas: Florida ia claramente para Bush, com alguma vantagem; e que Estados como Iowa, New Mexico, Ohio, Wisconsin, Michigan estavam muito indecisos, mas que Bush tinha vantagem na maior parte deles. Acabou por ganhar Iowa, New Mexico e Ohio, o que lhe garantiu a vitória. No Ohio, o estado que afinal decidiu tudo, Bush desde cedo ganhou uma vantagem de 150 mil votos, o que me fez pensar que ele ia ganhar aqui. Concluindo, Bush ganhou em todos os estados que ganhou em 2000, com a excepção do New Hampshire, mas ganhou New Mexico e Iowa, que tinha perdido em 2000.

È importante referir que além da vitória presidencial, sem dúvida a mais importante, o Partido Republicano conseguiu manter e ampliar a sua maioria no Senado e no Congresso. Neste momento, os Republicanos controlam o poder legislativo nos EUA, o que poderá significar uma maior facilidade do presidente Bush passar legislação importante. Outro aspecto importante de verificar é a quase ausência do partido Democrata em partes importantes do país, ficando apenas com as duas costas. No futuro, isto poderá ser muito significativo, pois é nas áreas republicanas que existe maior crescimento populacional.

Esta vitória incomodou muita gente na Europa, não só de esquerda. Muita gente não consegue como Bush ganhou; é que se tivéssemos atentos à comunicação social, parecia quase impossível Kerry não vencer. A SIC Noticias tinha dois jornalistas em Boston e Chicago, preparando-se para cobrir a vitória dos democratas. A esmagadora maioria da opinião publica foi sempre a favor de Kerry, e quase sempre gozando e enxovalhando o presidente Bush. Ainda por cima, com o destaque dado em Portugal aos apoios de Kerry, desde os actores de Hollywood, os músicos famosos como Eminem e Bruce Sprinsteen (Este foi o Marco Paulo das eleições americanas, abrindo os comícios de Kerry), até ao destaque exagerado dado ao patético e ridículo Michael Moore, era impossível Bush ganhar. Mas quem estivesse atento ao fenómeno político americano, e não simplesmente aos media ou às próprias opiniões, não poderá ter ficar surpreendido. Uma vitória por 3.5 milhões de votos, acrescida do facto de ter mais grandes eleitores, reforça a sua posição nos EUA e vê confirmada pelo voto popular as suas políticas. Bush, ao contrário do que muita gente pensa na Europa não é burro nenhum (duas vitórias no Texas, duas vitórias na Casa Branca????), e tem conseguido obter vitórias políticas importantes.

Neste momento, ainda não se conhece a reacção internacional a esta vitória, apenas Putin e Berlusconi, dois líderes que tinham demonstrado a preferência por Bush, declararam o seu contentamento por esta vitória.

Neste segundo mandato, espera-se que seja confirmada a posição neoconservadora na política externa e reforce a revolução conservadora que se está a operar nos EUA. Apesar de não concordar com algumas das suas posições sociais, principalmente relativamente ao controlo de armas e a pena de morte, tem-se operado significativas mudanças na maior democracia do mundo



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