Virtualidades


Silversun Pickups

Descobri esta banda da Califórnia há pouco tempo. Quem gosta de Smashing Pumpkins ou de Sonic Youth, vai adorar os Silversun Pickups. O álbum de estreia, "Carnavas" é de Julho de 2006, mas só chegou à Europa em Maio deste ano. Pelo que li deles, já tocaram na Europa com os Kaiser Chiefs e os Foo Fighters. Vale a pena acompanhá-los. Deixo-vos com o vídeo dos Silversun Pickups, "Kissing Families".
Até ao próximo dia 2 de Janeiro, este blogue estará em hibernação, devido a umas mini-férias. Desejo a todos as melhores entradas em 2008. E divirtam-se!!!


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"Stay on Offense"

O assassinato de Benazir Bhutto levanta uma série de questões problemáticas sobre o futuro do Paquistão. A assinatura da Al-Qaeda está bem visível neste atentado. Um país que é o centro nevrálgico do terrorismo islâmico não pode cair nas mãos dos terroristas. Não podemos esquecer que o Paquistão tem armas nucleares.

Pervez Musharraf tem sido um importante aliado dos Estados Unidos na região, mas não conseguiu impedir que os extremistas islâmicos se infiltrassem no aparelho de estado. A morte de Bhutto teve a cumplicidade de sectores importantes do poder. A Europa e os Estados Unidos deverão reforçar o apoio às forças democráticas do Paquistão, e impedir que o poder seja partilhado ou mantido pelos extremistas.

"Stay on Offense" é uma das frases de campanha de Rudy Giuliani. E é o que os Estados Unidos e a Nato deverão fazer no Afeganistão. Com a instabilidade crescente no Paquistão, a Nato deverá reforçar e aumentar a sua capacidade de combate no Afeganistão. Portugal e os restantes países europeus não podem voltar as costas a esta luta. Não duvidemos, depois do Iraque, o centro do combate contra as forças da Al-Qaeda vai deslocar-se para esta região. A nova estratégia no Iraque tem vindo a surtir efeitos positivos no terreno, e é possível que os extremistas islâmicos vejam agora uma janela de oportunidade no Paquistão. Não duvido que a luta vai ser longa e sangrenta, mas o Ocidente não pode vacilar. O que será do mundo se o Paquistão cair nas mãos dos terroristas?

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Circulação de Jornais em Portugal

A Associação Portuguesa para o Controlo das Tiragens e Circulação (APCT) divulgou hoje os números relativos à circulação de jornais entre Janeiro e Setembro deste ano.

E há más notícias para a imprensa de rigor. O Diário de Noticias, que “popularizou-se”, viu subir as suas vendas, reforçando a estratégia da nova direcção editorial. Já fui um leitor do DN. Hoje em dia, fico-me pela leitura no (muito mau) website. Outra má noticia foi a descida de vendas do Publico, que vendeu cerca de 42 mil exemplares diários, menos 3 mil que no mesmo período de 2006.

No total de 7 jornais diários (desportivos e generalistas), o 24 Horas perdeu 16% de vendas, o JN perdeu cerca de 2,5% dos leitores, enquanto o Correio da Manhã mantém a liderança, com um aumento de 3,7%. Os jornais desportivos perderam leitores (A Bola não entra nas contagens da APCT). Ao todo, os sete jornais referidos venderam cerca de 437.663 mil exemplares. Menos 3,6% que no ano anterior. A descida na compra de jornais diários não pode ser desligada do facto dos jornais gratuitos terem aumentado em quase o dobro a sua distribuição.

O Arquitecto Saraiva deverá estar descontente, pois o Sol vendeu menos de metade que o Expresso. O semanário do grupo Impresa vendeu cerca de 117 mil exemplares, contra os 49 mil do Sol. Contudo, o Expresso perdeu leitores em 2007. Apesar da descida em termos de vendas, estou agradavelmente surpreendido com o Expresso. Depois de alguns anos de decadência, conseguiu recuperar o rigor a seriedade que o caracterizava.

Os jornais de referência perdem audiência e ganham os tablóides e os jornais gratuitos. Esta é a conclusão que se pode retirar. Em 2008, será que a tendência será invertida?

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'Huckacide'?

Este é o nome de um artigo de Rich Lowry publicado no National Review Online e espelha bem o sentimento que grassa em certas hostes Republicanas.

Em 2004 Howard Dean liderou as sondagens democratas durante grande parte da campanha. Até a realização do Caucus do Iowa. Depois, foi o descalabro que se viu. Mas a possibilidade de obter a nomeação representou para milhares de republicanos uma falsa esperança que a vitória de George W. Bush iria ser bem mais fácil que o esperado. O radicalismo de Dean seria presa acessível para Bush. O establishment democrata percebeu isso e tudo fez para nomear John Kerry. Acredito que o discurso optimista e positivo de John Edwards talvez tivesse tido melhor efeito para os Democratas.

Em 2008, a possibilidade do GOP nomear Mike Huckabee está a deixar certos sectores do GOP em grande alvoroço. A elegibilidade de Huckabee é algo que poucos acreditam.

Para um candidato republicano é muito importante ter o apoio da direita religiosa. Ela compreende cerca de 1/3 dos eleitores nas primárias republicanas. Mas não é preciso fazer parte dela. George W. Bush teve o apoio dos evangélicos, mas nunca foi um evangélico. Bob Dole não era um evangélico. George H. Bush e Ronald Reagan também não. Os eleitores moderados e independentes desconfiam da direita religiosa. As posições fundamentalistas em relação a temas como o aborto ou os direitos dos homossexuais afastam estes eleitores, que são essenciais para qualquer candidato vencer. Em princípio, qualquer candidato republicano terá o apoio dos evangélicos numas eleições gerais. Mike Huckabee, ele próprio, é um evangélico. Foi Pastor Batista, antes de entrar para a política. Na década de 90, teve declarações sobre a SIDA e os homossexuais que o colocam próximo dos fundamentalistas cristãos. Será difícil voltar atrás nestas posições. Huckabee já disse que não é um Flip-Flopper. Por fim, é um crente convicto do criacionismo, em contraste com a teoria da evolução de Charles Darwin. Os democratas neste momento devem sonhar com a sua nomeação

Nos outros vértices republicanos, Mike Huckabee também não parece colher muita admiração. Nas questões fiscais, tem um histórico de aumento de impostos no Arkansas e o seu populismo económico assusta os fiscal conservatives. Neste artigo da Bloomberg, estão várias declarações que demonstram bem o estado de espírito de alguns republicanos. David Hedley, da firma Donaldson Lufkin & Jenrette, de Wall Street, que angariou mais de 100 mil dólares para George W. Bush disse que “ele é um tipo de populista, e isso não resulta muito bem em Wall Street”. The Club for Growth, uma organização que defende o corte de impostos e muito influente entre os republicanos, desenvolveu uma campanha contra Huckabee no Iowa e Carolina do Sul. Pat Toomey, antigo congressista da Pennsylvania e presidente do Clube disse que “Mike Huckabee não é um conservador na economia, ele é o único candidato republicano que é realmente liberal nos gastos federais”. A economia é desde sempre um campo onde os republicanos conseguem obter ganhos consideráveis. O individualismo, o mérito e o sucesso empresarial fazem parte dos genes da sociedade americana.

Por fim, existe a política externa de Mike Huckabee. No artigo que escreveu na semana passada para a Foreign Affairs, as suas críticas à Administração Bush não caíram bem na base republicana. George W. Bush é um presidente impopular, mas os republicanos continuam unidos em torno do presidente. E a política externa agressiva do Partido Republicano tem ainda muito apoio popular nos Estados Unidos. Basta verificar a retórica dos candidatos democratas, que apesar de terem adoptado um discurso contra a impopular guerra do Iraque, não ousam ter uma linguagem muito diferente no resto dos assuntos de Segurança Nacional. Um candidato presidenciável não pode negligenciar este papel. Barack Obama já falou em bombardear países com bombas nucleares, se tal fosse preciso. E Mike Huckabee aparece nesta corrida como uma “pomba”. O eleitorado americano não irá eleger que se mostrar fraco para lidar com ameaças externas. E Huckabee é o elo fraco dos republicanos nesta matéria.

*texto publicado no Eleições Americanas de 2008

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Radicalismo Islâmico

Negociações de Natal

Este governo é incansável. Não pára de trabalhar. Nem no Natal. Enquanto os portugueses iam festejando a quadra natalícia, o PS tratou de tomar de assalto o maior banco privado português. Não perde influência no sector bancário público, e consegue colocar dois homens da sua confiança na direcção do BCP. Armando Vara, o irmão gémeo de José Sócrates, lá vai continuando a sua boa carreira no sector privado. Para o bem do Partido!

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Boas Festas

Entrevista de Menezes

Acabei de ler a entrevista de Luís Filipe Menezes ao Expresso. O seu discurso é positivo. Depois de ter dito que o PSD seria um partido de esquerda, Menezes parece querer desmentir-se a ele próprio com propostas políticas. A liberalização que propõe para o país é urgente. E se pretender seguir o caminho da ruptura, imitando a sua referência política (Sarkozy), então Portugal poderá ter um novo Primeiro-ministro em 2009. É preciso criar fracturas com o passado recente do PSD. Apesar de discordar de alguma das suas ideias (recusa do referendo e regionalização, por exemplo), gostei do que li. E muita gente na direita deve concordar comigo.

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Miserabilismo

A blogosfera anda animada com a discussão sobre o salário mínimo. De um lado, os advogados dos oprimidos e desfavorecidos, a falar das virtualidades do SMN e da importância do seu aumento. Do outro, os sectores mais “empresariais”, a defender a necessidade de acabar com o SMN, pois este enfraquece a economia portuguesa. Há mesmo empresários que dizem que não conseguem suportar um aumento significativo (25 euros).

Portugal é um país miserável. Ponto final. Não vale a pena andarmos com discursos miserabilistas sobre a refundação do país. Um país onde os empresários não podem pagar mais que míseros 80 contos por mês, que os sindicatos desesperam por aumentos de 4 contos, falando na moeda antiga, então, o melhor é fechar as portas e entregar as chaves a Bruxelas. Com preços idênticos aos parceiros europeus, mas com salários iguais aos do terceiro mundo, este país não tem emenda.

Quase sempre discordo! Mas nem sempre! Fernanda Câncio tem toda a razão:

Olho para isto tudo e relembro: estamos a falar de 25 euros. O preço de uma refeição num restaurante médio. O preço de cinco bilhetes de cinema (nem chega). O preço de um DVD. O preço de uma camisa na Zara. Estamos a falar de miséria: a miséria de um país onde há mesmo gente a viver com 400 e tal euros por mês, gente que se mata a trabalhar por 400 e poucos euros por mês, e onde há quem discuta se isso não será mesmo assim de mais, sem se lembrar de discutir que raio de empresários quereriam pagar ainda menos que isso por um mês de trabalho e que raio de empresas merecem sobreviver se nem isso aguentam pagar aos seus empregados. E que raio de país é este no qual um aumento de 83 cêntimos por dia é uma grande vitória da classe operária e de todo o povo em geral.


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Esta é a pergunta sugerida pelo CDS para o referendo sobre o Tratado de Lisboa. Paulo Portas, ao propor a realização de uma consulta popular, já fez saber que irá fazer campanha pela aprovação. Em 2005, o CDS prometeu nas legislativas um referendo sobre esta matéria. Tal como o PSD e o PS.

O PSD já fez saber que pretende a rectificação do Tratado pela via parlamentar. Sempre defendi que este seria um erro enorme. Como poderá Luís Filipe Menezes invocar a falta de credibilidade de José Sócrates em cumprir promessas, quando o próprio PSD não as cumpre?

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Sobre a independência do JN

JPP, no Abrupto
No dia em que a operação “Noite Branca” começou a prender suspeitos de serem responsáveis pelo clima de violência no Porto, a comparação entre um jornal de Lisboa, o Diário de Notícias, e um do Porto, o Jornal de Notícias, no mesmo dia 17 de Dezembro, não podia ser mais significativa. O Diário de Notícias falava das biografias e do background dos detidos, fazendo nota, como é óbvio, do seu profundo envolvimento com a claque do FCP, os Super Dragões. Na verdade nenhum destes homens se tornou conhecido por ser segurança na noite, nem por frequentar ginásios e mesmo as suas páginas e vídeos guerreiros (*) nunca tinham merecido muita atenção. Onde eles apareciam era à frente da claque em filmes (a SIC mostrou-os) e em fotos de segurança aos dirigentes do clube. No Jornal de Notícias tudo isto é cuidadosamente omitido e os presos aparecem sem biografia, ou apenas com uma referência casual e singular a essa pertença. De facto, o Jornal de Notícias parece ser um jornal do Cazaquistão tal é a ignorância do que se passa à sua volta. Mas não é, é mesmo do Porto e esse é que é o problema: é do Porto e cala.

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A Regra do Jogo

É o nome do novo programa da SIC Noticias, que vai contar com as presenças de António Barreto e José Miguel Júdice. O novo director da SIC Noticias, António José Teixeira, vai moderar este debate, que será emitido quinzenalmente às terças-feiras.

Uma grande notícia para o cenário mediático português, este regresso à análise política de António Barreto. Com a qualidade e independência de espírito dos intervenientes, está garantida a qualidade e sucesso do programa. Apesar de não ter sido uma escolha sua, este inicio é auspicioso para António José Teixeira.  

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Noticias que nos fazem sonhar

Person of the Year 2007

A Time atribuiu o prémio de Personalidade do Ano a Vladimir Putin. Esta opção não deve surpreender ninguém, pois no longo leque de premiados pela revista, encontramos nomes como Adolf Hitler, Josef Stalin ou Deng Xiaoping. A Time apresenta como "runners up" deste ano Al Gore, J.K. Rowling, Hu Jintao e David Petraeus.
Não iria tão longe como Mitt Romney, que considerou "disgusting" a escolha da Time. Mas concordo com ele quando diz que o General David Petraeus deveria ter ganho este prémio.

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Poder aos mais novos

Há notícias que nos deveriam fazer rir. Fidel Castro disse que vai abandonar o poder e deixar o caminho livre para os mais novos. Ele, que tem 81 anos e lidera o governo ditatorial de Cuba há 48 anos, vai ser sucedido pelo irmão, que tem 76 anos. Os meios de comunicação social passaram esta notícia sem o sentido crítico devido. A RTP, que deveria ser o baluarte do bom jornalismo, passou uma peça noticiosa ontem há noite que devia fazer corar de vergonha a sua autora. Além de ter cometido o erro grosseiro de dizer que Fidel lidera Cuba há 30 anos, conseguiu transformar esta notícia numa vergonhosa peça de propaganda para Fidel Castro. Há pessoas que não tem mesmo dignidade para informar as outras.

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Partidos pequenos….

Sempre senti uma enorme simpatia pelos partidos políticos mais pequenos. Talvez por serem mais genuínos.
Mas a verdade é que a sua existência coloca alguns problemas à democracia. A evolução política ensina-nos que quando nasce uma democracia proliferam os partidos, os quais vão desaparecendo ou sendo absorvidos por outros maiores. A verdade é que é inconcebível um debate político esclarecedor com a existência de dezenas de partidos.
Por essa razão é imperioso que se coloquem obstáculos formais e materiais à existência de uma formação partidária.
Admito que o critérios que limitem a existência de partidos possam ser discutidos, mas, no caso em discussão, parece-me que o número mínimo de 5000 militantes não é excessivo.

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Editors no Porto

No passado mês de Novembro senti-me miserável por não morar em Lisboa. Mas no próximo mês de Abril não vou perder a oportunidade de ver os Editors. No dia 3 de Abril, vão tocar no Coliseu do Porto. "Back Room", de 2005, foi considerado um dos melhores álbuns do ano. Considero que o seu segundo álbum, "An End Has a Star", editado este ano, é ainda melhor.

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A Imprensa Livre

Neste fim-de-semana, a agenda mediática foi em parte dominada pelo apoio do Des Moines Register, a Hillary Clinton e John Mccain. Também foi noticia o “endorsement” que John Mccain recebeu do Boston Globe, um jornal liberal do Massachussets, mas que tem influência numa parte do estado do New Hampshire. Mitt Romney recebeu na semana passada o apoio da prestigiada revista conservadora, National Review.
Os media têm a capacidade de influenciar as pessoas, e numas eleições tão inflamadas como estas, todos os apoios são importantes.
Na tradição anglo-saxónica, os conselhos editoriais não são politicamente neutros, optando por apoiar os seus candidatos preferidos. Em Inglaterra isso acontece, e nos Estados Unidos, existe já uma vasta tradição de influentes jornais e revistas declararem a sua predilecção eleitoral.
Em vez de terem uma posição hipócrita em relação aos seus leitores, os jornais apoiam determinada candidatura, e explicam as razões da sua orientação. Parece-me uma posição muito mais honesta e íntegra. Dizer a verdade!

*Publicado no Eleições Presidenciais de 2008

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O "MEIO"

JPP, num excelente artigo sobre a cidade do Porto. São impunidades destas que nos fazem um país miseravelmente atrasado.
Eu li o livro de Carolina Salgado com interesse, não pela absoluta veracidade do que lá vem, que cabe às polícias julgar, não pelos motivos dúbios da autora, não pela mão que possa haver de outrem na sua execução, mas sim pelo que ele comporta de descrição perfeita, psicológica, antropológica e sociológica de um "meio" que muitos conhecem mas preferem ignorar, ou por complacência, ou por cumplicidade, ou apenas por medo, puro e simples medo. E se o livro de Carolina Salgado acrescenta o detalhe dos actos individuais vistos de dentro, aquelas fabulosas histórias dos chocolatinhos aos árbitros, esse mesmo "meio" está retratado também nas escutas telefónicas do Apito Dourado, nos mil e um incidentes que envolvem a claque do Futebol Clube do Porto (seria bom conhecer os relatórios policiais e do SIS sobre a perigosidade desta claque), nas violências públicas diversas semeadas ao longo dos últimos 20 anos e que só têm em comum permanecerem impunes. Toda a gente sabe, vem nos jornais, é público, nada acontece. Há demasiado faz-de-conta para ser natural. Tem que haver cumplicidades.
Os incidentes naquilo que eufemisticamente se tem chamado a "noite do Porto" não estão longe deste "meio". Muitas personagens são comuns, muitos sítios são comuns, há fotos e circunstâncias comuns, amizades, companhias, más companhias, jantares, carros e seguranças. O relatório confidencial da PSP sobre a escalada de ajustes de contas entre grupos violentos que o Correio da Manhã publicou esta semana é um retrato preocupante não só sobre o que se está a passar, com o seu rasto de assassinatos, mas também da inacção das autoridades que, sabendo, nada fizeram, mesmo quando as vítimas as informaram das ameaças de morte, entretanto executadas sem dificuldade. As testemunhas calam-se com medo. É à luz destes factos que se devem entender as palavras de Mourinho quando veio ao Porto com seguranças e, perguntado sobre porque é que o fazia, respondeu: "Quando vou a Palermo tenho de tomar cuidado." O special one sabia do que estava a falar.
Pode-se dizer que faço uma amálgama indevida entre casos distintos que só têm em comum a ilegalidade dos actos? Significa isso que eu defendo que há uma causalidade de mando entre A e B? Só por má-fé e para confundir as coisas é que tal se pode afirmar. O que eu digo e repito é que há um "meio" muito pouco saudável no Porto, que se tem vindo a criar nos últimos 20 anos, que goza de consideráveis cumplicidades e complacências, policiais e políticas, no PS e no PSD, onde tudo acontece e parece que nada acontece, e que, quando se diz aquilo que é uma evidência, cai o Carmo e a Trindade.

As lições do caso do Porto

Pinto Monteiro colocou em evidência as fragilidades do sistema de investigação em Portugal. Depois de vários meses de inacção policial, que culminaram com a morte de vários seguranças e outras "personalidades" da noite do Porto, o sr. Procurador decidiu manifestar a sua desconfiança pela equipa de investigação do Porto, e nomeou uma equipa de Lisboa. Passados apenas três dias, a mesma equipa que parecia ter perdido a confiança política do Procurador desencadeou uma operação policial e prendeu vários dos implicados nos crimes do Porto.
Nesta história, ninguém parece ficar bem na fotografia, mas confirmam-se ideias que vinham de trás. Este Procurador é pressionável pela opinião pública. E há muitos policias no Porto com relações dúbias com as "gentes" da noite.

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The Cinematics

São escoceses e tiveram uma passagem discreta por Portugal, na edição deste ano do Festival Sudoeste. The Cinematics são uma das boas surpresas de 2007, com "A Strange Education".
Aqui fica o video de "Keep Forgetting".

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Esquerda amiga do mercado

No Farmácia Central
Ora a “nova direita liberal” (isto é título atribuído pelos próprios) sente-se muito mais bem acompanhada pela esquerda do que pela “velha direita reccionária” (que são todos menos os próprios). Ficam todos contentes quando são elogiados pela esquerda, numa demonstração de claro sentimento de inferioridade moral da direita relativamente à esquerda: as nossas ideias são boas porque as pessoas de esquerda, que são boas e generosas e limpas e modernas e cultas, e etc. até apreciam estas nossas humildes ideias.

Por outro lado, as causas importantes para esta “direita” são o combate à religião católica e à Igreja, o aborto e a eutanásia, os direitos dos homossexuais. É isto que os faz vibrar e os entusiasma. Lutarem, juntamente com alguém da “velha direita”, por uma redução de impostos ou pela limitação da interferência do Estado na vida dos cidadãos, deixa-os indiferentes.

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A credibilidade

Nas últimas eleições legislativas, o PS e o PSD prometeram realizar um referendo à Constituição Europeia. Entretanto, o processo foi travado nas urnas da França e da Holanda. Ontem, foi assinado pelos governantes europeus o Tratado de Lisboa, uma versão soft da Constituição Europeia.
Os dois maiores partidos, apadrinhados pelo Presidente da República, não estão motivados para realizar um referendo. Percebe-se. Deixar nas mãos dos cidadãos assuntos tão importantes não está na génese dos nossos políticos. Mas a isto eu chamo um embuste eleitoral. Durante a campanha promete-se uma coisa. Depois faz-se outra.
E para que conste, num hipotético referendo, votaria a favor.

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Departamento de Estado dos EUA com Blogue

Muito se falou do blogue criado pelo Secretário de Estado da Administração Interna. Parece-me que a maior parte das críticas foram injustas. Os blogues são uma ferramenta, como outra qualquer, para comunicar. Os organismos do estado, que são muitas vezes acusados de estarem “longe” dos cidadãos, devem criar mecanismos que os aproximem das pessoas. E os blogues podem ser óptimos veículos de comunicação. Talvez não deva ser o próprio ministro ou secretário de estado a escrever todos os posts, mas a iniciativa é de salutar.
Uma comunicação próxima dos cidadãos exige criatividade no uso das novas tecnologias. Se uma crescente maioria das pessoas está online, também os governos devem fazer um esforço para acompanhar a evolução no mundo da comunicação. E não basta criar páginas impessoais informativas, que não criam ligação nenhuma com as pessoas. Os políticos que melhor entenderem os novos processos comunicativos vão ser aqueles que melhor vão servir as aspirações dos seus governados.
Os Estados Unidos, sempre muito mais evoluídos em termos de comunicação política, estão na linha da frente da revolução digital na política. Veja-se esta campanha eleitoral.
Descobri, via techRepublican, que o Departamento de Estado americano tem há três meses um blogue, DipNote. Podem ler a pequena conversa que os bloggers republicanos tiveram com Heath Kern e Tara Foley, bloggers do Departamento de Estado. Segundo elas, brevemente, a própria Condolezza Rice irá postar no blogue em breve.

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Foguetes antes da festa….?

A assinatura do Tratado de Lisboa foi um sucesso. O Tratado foi assinado e a cerimónia correu como o previsto.
É típico que os Países mais pequenos, ou Países de terceiro mundo, fiquem muito contentes por receber este tipo de cerimónias e se esmerem na organização das mesmas. Portugal não é excepção.
Não querendo ser céptico, e cerimónias à parte, parece-me que este foi um pequeno passo. O mais importante para a Europa é a ratificação deste Tratado, e isso não se afigura fácil.
O primeiro sinal já foi dado por Gordon Brown. Outros sinais se seguirão.

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Máfias Portuenses II

José Pacheco Pereira referiu ontem na Quadratura do Circulo a proximidade das claques do Porto com a onda recente de criminalidade que tem afectado o Porto. Os sectores mais "portuenses" reagiram com veemência, desclassificando as declarações de JPP. Hoje, o JN logo tratou de colocar JPP com sinal negativo, por ter misturado as claques do FC do Porto com os gangs criminosos. Todos temos lido nos jornais que membros da claque do Porto relacionam-se com alguns dos implicados neste caso. O que obviamente não prova nada. Mas as claques de futebol, e não apenas as do Porto, estão normalmente envolvidas em fenómenos de violência, de tráfico de droga e de delinquência. Não percebo a reacção das virgens ofendidas pela implicação. Será que eles consideram que as claques de futebol não são capazes de se misturaram com os criminosos?
Entretanto, o Procurador Geral da República desclassificou os investigadores do Porto, nomeando para este caso uma equipa especial de Lisboa. É um péssimo sinal. Será que a investigação criminal do Porto não tem independência e credibilidade para actuar em casos de proximidade? É uma dúvida que fica no ar...

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Goodnight Moon

Descobri um novo blogue, Goodnight Moon. O autor é João Jesus Caetano, que participou, entre outros blogues, no Pais Relativo. O blogue está inserido na rede Tubarão Esquilo. Será uma das visitar diárias a partir de agora.

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Boa música….

Apesar de ser velhinho (foi lançado em Março de 2007!), volto a destacar o álbum “Myths Of The Near Future”, dos Klaxons. Ao que rezam as crónicas, o jornal Britânico NME atribuiu, pela primeira vez, o prémio de melhor álbum e de melhor canção (Golden Skans) à mesma banda.
Sem dúvida um excelente álbum.

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Máfias Portuenses

O Porto, cidade onde costumo sair à noite, está a ser o local de uma batalha “mortífera” entre gangs rivais. Ao contrário do que o Sr. director nacional da PJ parece acreditar, a mortandade não parece abrandar. Leio nos jornais que os seguranças e os donos das discotecas lutam para ganhar controlo das actividades noctívagas. No caminho, têm morrido algumas pessoas.
Com seis mortes nos últimos tempos, parece que estamos a assistir a uma verdadeira guerra entre clãs, igual àquelas que me causaram grande impressão em filmes como a saga do Padrinho ou os Intocáveis. Mas o Porto não é Chicago dos anos 30 ou a Nova Iorque das máfias Italo-Americanas. O Porto é uma cidade pacífica, onde a criminalidade não é determinante numa descrição fidedigna e real da sua essência. E claro, os cérebros destes criminosos em nada se comparam aos gangsters americanos. Quem já trocou algumas palavras com seguranças nocturnos saberá do que estou a falar.

Numa conversa sobre o Porto, normalmente são referidos nomes, temas ou assuntos como o rio Douro, a Ribeira, o empreendorismo dos seus empresários, o sotaque portuense, o bairrismo, as festas de S. João, as tripas à moda do porto, enfim, uma série de características positivas ou negativas, mas nunca do seu alto índice de criminalidade violenta.

Este bando de criminosos, que agora se entretém a matarem-se uns aos outros, poderá estar a contribuir para a degradação da qualidade de vida na cidade. Um ambiente nocturno festivo e divertido faz parte de uma cidade cosmopolita e moderna. Mas, se a carnificina continuar, muita gente poderá ficar com receio de frequentar certos espaços.

Infelizmente, nem sempre quem controla as casas nocturnas são gente de “boa casta”. As forças policiais, que nunca quiseram enfrentar os gangs criminosos e que dominam há vários anos alguns sectores da noite portuense, encontram-se manietadas e sem capacidade de resposta perante esta escalada de violência.

O governo, e o poder central, olham de longe para a cidade do Porto, como se estivessem a assistir a um filme longínquo. Afinal, isto é uma guerra nortenha. Quando começarem a “tombar” clientes dos bares e discotecas, quero ver como o governo vai reagir. Os agentes de autoridade já tiveram muitos meses para parar com esta guerra. Em várias conversas de café que vou tendo, toda a gente parece saber quem é que está por trás destas guerras. Qual a razão da inacção policial?
* a foto utilizada foi retirada do site http://circuitos.cityrama.pt

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Dimitri Medvedev Presidente

Foi hoje anunciado o nome do novo Presidente da Rússia, a partir de Março do próximo ano. Com 42 anos, Dimitri Medvedev, actual Vice-Primeiro Ministro, será o nome que vai substituir Vladimir Putin na hierarquia russa. Se estivéssemos a falar de uma democracia normal, estaria aqui a escrever sobre um candidato presidencial. Mas trata-se da Rússia. A única dúvida, se é que podemos falar em tal, é saber se Medveedev terá algum poder ou, como se suspeita, será uma marioneta nas mãos de Putin.

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vPOD 2008

Criei uma nova pagina de vídeos da campanha presidencial americana, para dar suporte ao blogue Eleições Americanas de 2008. Com esta ferramenta, tanto disponibilizo os vídeos no blogue, como eles podem ser consultados no site http://vpod2008.vodpod.com. Ainda estou a dar os primeiros passos no site, mas parece-me que vale a pena explorar os serviços prestados pelo Vodpod

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Dada a quantidade de facínoras por m2

Aqui republico um post de João Villalobos no Corta Fitas
É em dias como o de hoje que o Dalai Lama não ter sido recebido faz todo o sentido, não acham?
Fotografia: Alexandra Silva

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Os blogues na política

Ricardo Rio, líder do PSD de Braga e candidato à presidência da edilidade local em 2009, criou um blogue no passado mês de Outubro. Braga 2009 é uma plataforma de campanha política sustentada que tenta criar uma relação próxima com o eleitor. Ricardo Rio é um dos poucos políticos portugueses que tem efectuado um trabalho a longo prazo, que visa derrotar o mais antigo autarca português. Em 2005, conseguiu obter um bom resultado, insuficiente contudo para derrotar Mesquita Machado. Para vencer em 2009, Rio delineou uma estratégia a quatro anos.
Nos últimos tempos, devido a minha actividade académica, tenho seguido atentamente a campanha presidencial americana. Seria injusto para Ricardo Rio efectuar comparações com o que tenho visto do lado de lá do Atlântico, mas gostava de realçar o atraso significativo que Portugal tem no aproveitamento das novas tecnologias para a difusão da mensagem política.

O blogue de Ricardo Rio ganha na qualidade do discurso apresentado, compensando assim a falta da utilização de diversos gadjets que a tecnologia da web 2. 0 possibilita. No essencial, este blogue, com o crescimento exponencial dos Novos Media, assumirá um papel primordial na transmissão da mensagem política do PSD em Braga. Ainda somos uma sociedade infoexcluída, e não acredito que em 2009 já estejamos completamente “enterrados” numa campanha digital. Mas os media digitais, como blogues, sites ou fóruns, vão assumir cada vez mais um papel de importância capital na comunicação dos partidos políticos. E é a longo prazo que se projecta uma candidatura vencedora. Ricardo Rio parece entender os sinais dos novos tempos. Não seria “atacar” com uma estratégia digital em 2009 que iria conseguir recuperar o atraso estrutural que tem para o seu adversário. A dois anos das eleições, tem mais que tempo para ganhar o título de “candidato 2.0”. E não precisa de ser muito inovador. Basta olhar para o que está a passar na campanha presidencial americana. Este aliás, é um conselho que ofereço a políticos, jornalistas e cidadãos interessados pelo fenómeno da política.

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Sitio mal frequentado

No próximo dias, Lisboa vai ser uma das cidades mais mal frequentadas do mundo. Alguns dos grandes ditadores da actualidade, como Robert Mugabe, Muammar Kadhafi ou José Eduardo dos Santos. Mas é um bom sinal que esta cimeira se realize. Independentemente do nível de democraticidade dos seus participantes.

África precisa da ajuda da Europa para desenvolver-se, mas enquanto não livrar-se dos ditadores e abraçar a democracia, será muito difícil sair do "buraco". Restam os bons exemplos de boa governação que têm surgido nos últimos anos, como o Uganda, Moçambique ou Botswana. Estes devem ser os exemplos a seguir em África.

A Europa tem responsabilidade pelos crimes cometidos ao longo da história, mas ninguém fez mais pelo desenvolvimento africano que a Europa nestes últimos cinquenta anos. Espera-se que saia alguma coisa positiva deste encontro. Os líderes europeus não podem fechar os olhos ao que Robert Mugabe fez ao destruir a economia do seu país. Temo, que com José Sócrates na presidência do Conselho Europeu, a UE ainda irá elogiar os esforços de Mugabe pela democracia zimbabweana, a exemplo do que fez com Hugo Chavez.

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"Una Victoria de Mierda"

Para aqueles que tinham elogiado o líder "democrático" Hugo Chavez pela sua aceitação da derrota, aqui fica um vídeo que não deixa margem para dúvidas. Rodeado de militares, Chavez afirma que a revolução socialista não irá ser impedida pelo revés eleitoral do domingo passado. No fundo, Chavez irá tentar aplicar a velha táctica leninista de um passo atrás para a seguir dar dois em frente.


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Cuba: 15 opositores detidos dentro de uma igreja

Quinze pessoas que protestavam contra o Governo foram detidas terça-feira numa igreja na cidade de Santiago de Cuba, durante um «acto de repressão política» sem precedentes, através da «profanação» do templo, denunciou hoje uma comissão dissidente de direitos humanos.
«Os repressores, liderados por um tenente-coronel e outros oficiais da Segurança do Estado, profanaram a Igreja de Santa Teresita, depois de abrir violentamente uma das portas, e agrediram os dissidentes, que se comportavam pacificamente», disse o activista Elizardo Sánchez.
in Diário Digital

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Homenagem

Sá Carneiro teria hoje 73 anos. Faleceu, vitima de um bárbaro atentado, há 27 anos. Portugal seria um país mais desenvolvido, mais justo e mais livre se tivesse continuado a governar. Ou não. Nunca o saberemos. Mas foi um dos políticos mais brilhantes da sua geração, e não merecia o triste final que teve. Portugal deve muito a Sá Carneiro. O meu sincero respeito.

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Vitória esmagadora da liberdade

A vitória do Não na Venezuela foi a primeira grande derrota de Hugo Chavez e dos seus ditames ditatoriais.

A democracia não abrange apenas eleições justas e democráticas. Pouca gente duvidaria que Chavez tinha vencido as anteriores eleições sem ter cometido fraudes eleitorais. Mas um regime político que dificulta, através do poder do estado, a acção da oposição, que domina os meios de comunicação social, e que “compra” votos com o dinheiro do petróleo, não pode ser considerado um regime democrático na sua plenitude. As eleições são apenas um dos critérios de uma democracia. E na Venezuela, muitas das premissas de uma democracia justa não se cumprem.

Chavez, ao apostar tudo no populismo e radicalismo das suas ideias, foi derrotado nas urnas por uma população que não se rendeu aos impulsos socialistas. Os 50% do Não são um sinal esmagador que os venezuelanos não desejam viver sob o jugo bolivariano, e não pretendem ser uma imitação “petroleira” da injusta e pobre ilha de Cuba. Aguardo, com expectativa, a reacção de Hugo Chavez à derrota de ontem. Certamente, os Estados Unidos, a Espanha e os Fascistas serão considerados os culpados de uma conspiração para o derrotar. Mas ontem, quem venceu, foi a liberdade e a democracia.

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