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A encruzilhada do PSD

Sou militante do PSD desde os 18 anos. Tive como líder do partido Fernando Nogueira, Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso, Santana Lopes, Marques Mendes e Luís Filipe Menezes. De todas os congressos e eleições que foram disputadas desde 1995, as únicas vezes que não fiquei satisfeito com o seu desfecho foi na eleição de Fernando Nogueira contra Durão Barroso e na vitória deste em 1999 (na altura, no Congresso em Viseu, a minha preferência ia para Santana Lopes). Como se vê, não deve haver o expoente máximo de mais “basista” que eu, que quase sempre apoiei a solução vencedora. Recentemente, desiludido com a prestação fraquíssima de Luís Marques Mendes, apoiei e votei em LFM contra LMM, ao contrário do que tinha feito no primeiro embate entre ambos. Mas sejamos claros. Não foi um voto de convicção, no verdadeiro sentido da palavra. Ainda em Junho tinha admitido o meu agrado pela possível candidatura de José Pedro Aguiar Branco. Como teria manifestado a mesma satisfação se Rui Rio, António Borges ou Alexandre Relvas dessem um passo em frente. Na altura, senti que era tempo de Marques Mendes ir embora. E acreditei que LFM poderia fazer algo diferente, para melhor, pelo PSD. Infelizmente, por culpa própria, por má imprensa, mas principalmente pela péssima equipa que liderava, não conseguiu cumprir as expectativas.
Como diria Barack Obama, estamos num momento decisivo da nossa história. Portugal atravessa uma crise de identidade, e mais que isso, parece ter caído num pântano económico, que arrasta Portugal para um nível de desenvolvimento patético. O Bloco Central é o maior responsável. Não tenhamos ilusões. As mesmas políticas de sempre, elaboradas pelos ditames socialistas ou social-democratas, construídas e implementadas com a velha ideologia dos interesses e do centrão descaracterizado de ideias, colocam Portugal perto do abismo. Depois de dez anos de uma política reformista de Cavaco Silva, teria sido necessária uma agenda liberal, que pudesse abrir a economia à sociedade civil. Os governos de António Guterres e José Sócrates, mas também de Durão Barroso e Santana Lopes (este, pelo pouco tempo que foi PM, poucas responsabilidades terá), não foram capazes de desenvolver o país. Quando se estudar este período da história portuguesa, estes últimos anos serão considerados de estagnação ou mesmo de retrocesso.

É fundamental criar condições políticas para um discurso verdadeiramente liberal, sem medo de confrontar os fantasmas do passado. Quando vejo um político defender a privatização da Caixa Geral de Depósitos, esse poderoso mecanismo de ingerência do estado no mercado, ou da RTP, a verdadeira máquina de propaganda de um governo (qualquer que ele seja), apenas tenho de o aplaudir. Pedro Passos Coelho parece disposto a dar a cara por um novo projecto político dentro do PSD. Os pesos pesados do partido, muitos deles também eles defensores de uma agenda liberal, como António Borges ou Alexandre Relvas, irão estar ao lado de Manuela Ferreira Leite. Por uma questão de credibilidade ou talvez de experiência política (que manifestamente PPC não tem), o PSD das elites e dos barões vai estar com MFL. Apenas questiono se o seu projecto político terá a capacidade de mostrar aos portugueses um rumo diferente do de José Sócrates. Tenho algumas dúvidas que MFL consiga distanciar-se das políticas centralistas que defendeu no passado. O choque fiscal, que tinha sido prometido aos portugueses por Durão Barroso em 2002, levou a machadada final com MFL, que aumentou o IVA para 19%. Com a prestação miserável que José Sócrates tem tido à frente do Governo, em princípio, não será difícil retirar-lhe a maioria absoluta. Mas para vencer, terá que demonstrar que é diferente do PS. Pedro Passos Coelho tem o mérito de demonstrar que é possível ter um discurso claramente oposto de José Sócrates. Manuela Ferreira Leite irá ter de o provar também.

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Nova Imagem do PSd


Em relação ao PSD e à actual direcção, não me tenho coibido de reprovar Luís Filipe Menezes por alguns erros que tem cometido. Por vezes, sinto-me completamente sintonizado com as criticas que lhe têm sido dirigidas, pela pertinência e razão de facto. Mas nesta questão da nova imagem, parece-me que estão a ultrapassar o bom senso.

A imagem do PSD tem sofrido ao longo dos últimos anos diversas mutações e nunca ninguém se lembrou de as condenar. Relembro que na campanha para a 2ª maioria absoluta de Cavaco Silva, o PSD utilizava uma imagem esverdeada, confrontada com a seta laranja. Mais recentemente, lembro-me de ver imagens utilizadas, por vezes com as três setas e outras vezes com uma apenas.

Um refrescamento da imagem de uma empresa/partido/clube faz parte da renovação das instituições, que tentam acompanhar a evolução dos tempos. Se o timing escolhido pela actual direcção poderá não ter sido o melhor, devido aos tempos conturbados que o partido vive, as criticas que surgiram, que se estaria a “apagar” a história do partido, que isto seria uma afronta ao passado, não têm lógica. Parece que estamos a ouvir os “velhos do Restelo” que existem em todas as organizações. Se há razões para criticar LFM, e há algumas, esta não é uma delas. Se fizermos um breve apanhado por essa Europa fora, encontramos mudanças bem mais radicais do que esta. Lembro da transformação operada por David Cameron no Conservative Party, por exemplo. E o principal está garantido: o PSD continuará a ser o partido dos “laranjas”.

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Renovação do PSD

Não conheço o Carlos Carreiras, novo presidente da Distrital do PSD Lisboa. Mas a sua vitória foi um bom sinal para o PSD. Helena Lopes da Costa faz parte do "mau" PSD, aquele que não denota qualidade para representar o maior partido da oposição na capital do país. Os lisboetas deram um bom sinal ao resto do partido. De referir apenas que Carreiras foi apoiante de Luís Filipe Menezes, e teve Ângelo Correia ao seu lado nestas eleições.

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