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A Nova Democracia

Este partido, até pela sua génese nunca me enganou. Não se forma um partido, só por não ter espaço para liderar outro. Manuel Monteiro e os seus amigos não conseguiram conquistar o poder no último congresso do CDS e por isso fundaram um novo partido. Neste momento a direita portuguesa está perfeitamente representada pela coligação governamental, e salvo algumas franjas da direita extremista, penso que todos os portugueses que se consideram de Direita se identificam com estes dois partidos. Portanto a necessidade de criar outro partido nesta área política não é sentida pela população portuguesa. O contexto deste partido é meramente pessoal e circunscrito a um pequeno lote de interesses pessoais que saíram desavindos com a actual direcção do CDS. Não se reconhece adesões de membros de outros partidos, nem nenhum movimento de massas de adesão à ND. A necessidade ideológica de criar um novo partido nesta área em Portugal, a meu ver só se justificaria se houvesse uma viragem à esquerda do PSD ou uma radicalização do CDS. Pois bem, o que tem acontecido no passado recente é uma homogeneização e concretização de estratégias entre estes dois partidos, no sentido de representar o Centro (ou seja, aqueles que não são ideologicamente activos) e a Direita democrática, liberal ou conservadora, que existe no eleitorado português. O que sobra para a ND? Pouco, ou quase nada.
Mas existem sempre receios e medos da população para explorar, e um "bom" partido populista, eurocéptico, radical pode ainda conquistar algum apoio popular. Analisando as últimas intervenções conhecidas da ND, parece claramente caminhar para este sentido, senão vejamos. No caso da justiça, Manuel Monteiro criticou o Presidente da República por ter jantado com personalidades da Justiça, retirando confiança política ao PR. Então o PR não pode jantar com quem quiser e discutir os assuntos que bem entender? Será isto meter-se nas confusões políticas do país e rebaixar-se ao debate político? Se justiça temos de fazer ao PR é a isenção do seu mandato e de ser realmente o Presidente de todos os Portugueses. A questão dos incêndios incomoda toda a gente e todos concordamos que tem de se punir exemplarmente os pirómanos responsáveis por esta calamidade. Agora, em plena crise incendiária, vir para a praça pública exigir a punição destes criminosos com o título de terroristas, aproveitando-se do momento difícil que as populações estão a viver, a isto chama-se populismo fácil. Não tenho ilusões desta nova democracia, para mim é a velha e gasta democracia que joga com as desgraças, os medos e o populismo fácil para conquistar os votos das pessoas. Tenho poucas ilusões e sei que nas urnas a população portuguesa vai reduzir este partido à sua verdadeira dimensão.

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