A JSD e Jorge Nuno de Sá
Sendo militante da JSD há muitos anos, e apesar de nunca ter exercido cargos de relevo na estrutura de juventude partidária do PSD, sinto-me bastante apreensivo pela actual situação da liderança e a sua total incapacidade de apresentar à juventude portuguesa um rosto que enfrente os tempos draconianos que atravessa e dê esperança de um futuro melhor. As juventudes partidárias muitas vezes desempenham o papel de meros porta vozes dos seniores, não tendo qualquer relevância para a discussão política, apenas discutindo lugares e posições nas listas. Mas já tivemos casos em que os líderes encararam o cargo de presidente da Jota como algo completamente diferente da subserviência ao partido, conseguindo apresentar projectos e ideias mobilizadoras, granjeando imensa popularidade. Lembro-me de Pedro Duarte, que ao longo dos mandatos que cumpriu à frente dos destinos da JSD conseguiu ser uma referência para muitos jovens que viviam com dificuldades.
O actual presidente da JSD, Jorge Nuno de Sá, provavelmente desconhecido para a maior parte dos portugueses, não pela irrelevância do cargo que ocupa, mas sim pela sua incapacidade de mostrar-se activamente empenhado como o porta voz dos jovens, tem sido uma enorme desilusão. Ao longo de quase dois anos à frente dos destinos da JSD não se conhecem quase ideias nenhumas sobre os vários problemas que actualmente afectam os jovens.
Para dar uma pequena ideia, não se conhece nenhuma reflexão sobre o fim do crédito bonificado jovem e a tão falada proposta para criar mais benefícios para o arrendamento jovem, que ficou na gaveta. As taxas de desemprego altíssimas que afectam primordialmente a juventude, especialmente muitos recém licenciados, não têm sido uma preocupação do seu mandato, sendo quase inexistente na opinião pública o que a JSD defende para combater este flagelo dos tempos modernos. A questão do aumento das propinas causou um imenso mal estar dentro da JSD, pois apesar de sempre se ter manifestado a favor destas no Ensino Superior, tem estado calada e ausente do debate com as associações de estudantes, não intervindo a favor do governo e explicando o porquê desta atitude. Sobre os problemas estruturais que afectam o ensino superior não existe nenhuma posição ou proposta da JSD conhecida que tenham sido incluídas nas reformas do governo. Sobre a continuada falta de investimento no fomento da prática desportiva em Portugal, a JSD assobia para o lado e faz de conta que não é nada com ela, continuado a fazer o jogo do desporto de alta competição, principalmente do futebol, esquecendo a promoção e o aumento da qualidade de vida dos jovens.
Se a JSD se esquece dos problemas fundamentais, o mesmo não tem acontecido com os problemas das minorias e marginais da sociedade portuguesa. Se atentarmos às recentes posições públicas do Jorge Nuno, verificamos que está muito preocupado com a droga e com o aborto. Sabemos que as propostas sobre estes temas, ainda por cima se forem fracturantes e contra a posição oficial do partido, podem trazer visibilidade ao líder e ganhar tempo de antena, até talvez ganhar adeptos nas faixas minoritárias da juventude. Mas o que interessa à maior parte dos jovens será o problema da droga nas cadeias, ou a questão do Aborto? Não coloco em causa os temas em questão, mas pela recente entrevista dada por Jorge Nuno, verificamos que estas são as únicas preocupações da JSD. È impensável que numa entrevista relativamente longa, as referências sejam apenas a estes dois temas, esquecendo todos os outros. Quando não se tem percepção da realidade é mais fácil recorrer ao óbvio, quando não se conhece os problemas é mais atractivo chocar e ser diferente, quando não se consegue mobilizar o governo, é mais fácil ir contra ele. Esta tem sido a postura da JSD, estando hoje mais perto de um Bloco de Esquerda, nas suas posições públicas, do que do PSD. A JSD comporta-se como se não fizesse parte do partido do Governo, não influenciando positivamente a sua acção em favor dos jovens, mas sim apelando a um radicalismo acessível e ridículo, que nada abona seu proveito. Na Secretaria de Estado da Juventude, a intervenção da JSD tem sido nula, e alguns dos projectos positivos nada tem a ver com iniciativas da estrutura. Esperemos que Jorge Nuno ainda vá a tempo de sair e dar lugar a quem tenha ideias e projectos dentro da JSD. A sua total inoperância de liderar um projecto mobilizador para a juventude portuguesa tem de ter consequências políticas. Este fim-de-semana há um congresso da JSD. Infelizmente não é electivo, e portanto será presidente da JSD pelo menos até Setembro deste ano. Espero que até o final do ano surjam alternativas internas capazes de transformar esta juventude partidária numa organização forte e capaz de funcionar junto do governo como a alma da juventude portuguesa. Se tal não acontecer, corremos o risco de ver a JSD ainda mais irrelevante para o PSD e para a sociedade portuguesa, como se encontra neste momento...
Sendo militante da JSD há muitos anos, e apesar de nunca ter exercido cargos de relevo na estrutura de juventude partidária do PSD, sinto-me bastante apreensivo pela actual situação da liderança e a sua total incapacidade de apresentar à juventude portuguesa um rosto que enfrente os tempos draconianos que atravessa e dê esperança de um futuro melhor. As juventudes partidárias muitas vezes desempenham o papel de meros porta vozes dos seniores, não tendo qualquer relevância para a discussão política, apenas discutindo lugares e posições nas listas. Mas já tivemos casos em que os líderes encararam o cargo de presidente da Jota como algo completamente diferente da subserviência ao partido, conseguindo apresentar projectos e ideias mobilizadoras, granjeando imensa popularidade. Lembro-me de Pedro Duarte, que ao longo dos mandatos que cumpriu à frente dos destinos da JSD conseguiu ser uma referência para muitos jovens que viviam com dificuldades.
O actual presidente da JSD, Jorge Nuno de Sá, provavelmente desconhecido para a maior parte dos portugueses, não pela irrelevância do cargo que ocupa, mas sim pela sua incapacidade de mostrar-se activamente empenhado como o porta voz dos jovens, tem sido uma enorme desilusão. Ao longo de quase dois anos à frente dos destinos da JSD não se conhecem quase ideias nenhumas sobre os vários problemas que actualmente afectam os jovens.
Para dar uma pequena ideia, não se conhece nenhuma reflexão sobre o fim do crédito bonificado jovem e a tão falada proposta para criar mais benefícios para o arrendamento jovem, que ficou na gaveta. As taxas de desemprego altíssimas que afectam primordialmente a juventude, especialmente muitos recém licenciados, não têm sido uma preocupação do seu mandato, sendo quase inexistente na opinião pública o que a JSD defende para combater este flagelo dos tempos modernos. A questão do aumento das propinas causou um imenso mal estar dentro da JSD, pois apesar de sempre se ter manifestado a favor destas no Ensino Superior, tem estado calada e ausente do debate com as associações de estudantes, não intervindo a favor do governo e explicando o porquê desta atitude. Sobre os problemas estruturais que afectam o ensino superior não existe nenhuma posição ou proposta da JSD conhecida que tenham sido incluídas nas reformas do governo. Sobre a continuada falta de investimento no fomento da prática desportiva em Portugal, a JSD assobia para o lado e faz de conta que não é nada com ela, continuado a fazer o jogo do desporto de alta competição, principalmente do futebol, esquecendo a promoção e o aumento da qualidade de vida dos jovens.
Se a JSD se esquece dos problemas fundamentais, o mesmo não tem acontecido com os problemas das minorias e marginais da sociedade portuguesa. Se atentarmos às recentes posições públicas do Jorge Nuno, verificamos que está muito preocupado com a droga e com o aborto. Sabemos que as propostas sobre estes temas, ainda por cima se forem fracturantes e contra a posição oficial do partido, podem trazer visibilidade ao líder e ganhar tempo de antena, até talvez ganhar adeptos nas faixas minoritárias da juventude. Mas o que interessa à maior parte dos jovens será o problema da droga nas cadeias, ou a questão do Aborto? Não coloco em causa os temas em questão, mas pela recente entrevista dada por Jorge Nuno, verificamos que estas são as únicas preocupações da JSD. È impensável que numa entrevista relativamente longa, as referências sejam apenas a estes dois temas, esquecendo todos os outros. Quando não se tem percepção da realidade é mais fácil recorrer ao óbvio, quando não se conhece os problemas é mais atractivo chocar e ser diferente, quando não se consegue mobilizar o governo, é mais fácil ir contra ele. Esta tem sido a postura da JSD, estando hoje mais perto de um Bloco de Esquerda, nas suas posições públicas, do que do PSD. A JSD comporta-se como se não fizesse parte do partido do Governo, não influenciando positivamente a sua acção em favor dos jovens, mas sim apelando a um radicalismo acessível e ridículo, que nada abona seu proveito. Na Secretaria de Estado da Juventude, a intervenção da JSD tem sido nula, e alguns dos projectos positivos nada tem a ver com iniciativas da estrutura. Esperemos que Jorge Nuno ainda vá a tempo de sair e dar lugar a quem tenha ideias e projectos dentro da JSD. A sua total inoperância de liderar um projecto mobilizador para a juventude portuguesa tem de ter consequências políticas. Este fim-de-semana há um congresso da JSD. Infelizmente não é electivo, e portanto será presidente da JSD pelo menos até Setembro deste ano. Espero que até o final do ano surjam alternativas internas capazes de transformar esta juventude partidária numa organização forte e capaz de funcionar junto do governo como a alma da juventude portuguesa. Se tal não acontecer, corremos o risco de ver a JSD ainda mais irrelevante para o PSD e para a sociedade portuguesa, como se encontra neste momento...
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