Escreve JPP no Abrupto:
Contam-se pelos dedos de uma mão só, as pessoas que têm acesso à comunicação social de primeira linha e que falam dos mecanismos de controlo e manipulação da comunicação social pelo governo socialista. É uma matéria tabu, que suscita logo um ambiente de grande hostilidade, com exigência probatórias imediatas. Não acho mal as exigências probatórias, dado que penso não faltarem provas, sendo às vezes serem tão evidentes que a sua exigência já é suspeita. Só tenho pena que não tenham sido pedidas com a mesma convicção antes do período actual de governação. Mais: intriga-me que aqui os jornalistas que se indignam, muitos deles em posições de relevo em órgãos de comunicação estatais, alguns em posições de chefia, tenham nesta matéria a atitude exactamente contrária à que tomam face a todas as coisas, onde acham sempre que não há fumo sem fogo por regra geral, e onde exercitam abundantes doses de cinismo. Aqui, ficam ingénuos em absoluto, nesta matéria não são certamente o “ninho de víboras” com que são descritos no mundo anglo-saxónico.Veja-se um dos exemplos mais que evidentes, referido por Eduardo Cintra Torres na série que está a escrever para o Público, e que tanta hostilidade suscita contra o seu autor, que está a provar uma medicina que já conheço há muitos anos. Trata-se da tentativa de controlo da agenda comunicacional através da sobreposição de pseudo-factos, declarações, conferências de imprensa, manobras de diversão, criados do nada para esconderem ou minimizarem os factos que são incómodos para o governo. O Primeiro-ministro Sócrates não faz isto dia-sim-dia-não, faz isto dia-sim-dia-sim, com sucesso garantido. Exemplo: no dia da manifestação da CGTP com setenta mil pessoas na rua, Sócrates fez mais uma das suas deslocações a um palco controlado (é interessante ver como utiliza muitas vezes o grupo parlamentar do PS como “palco controlado”) para responder aos manifestantes a solo, sem contraditório. Nos noticiários o facto e o pseudo-facto equivaliam-se e mesmo que não se queira chamar às declarações de Sócrates pseudo-facto, elas não tinham o interesse jornalístico que justificasse um tratamento quase simétrico. Isto acontece, quase sempre com Sócrates a solo em palcos controlados, dia-sim-dia-sim.É evidente que não só os governos socialistas que aplicam estas técnicas, os do PSD e do CDS fizeram o mesmo, mas com muito menor eficácia porque há diferenças fundamentais e que têm a ver com o facto de a comunidade jornalística se comportar por regra de forma muito adversarial com governos “de direita”, como agora se diz. Provas? Provas, pergunto eu? E que tal pensarmos nisto: sabedores das tácticas de ocultação do Primeiro-ministro e de alguns membros do governo mais sábios como o Ministro António Costa, que fazem os jornalistas para manterem a informação crítica a fluir, que fazem as redacções para darem o devido valor (o de notas de quatro ou cinco linhas como fazem os jornais anglo-saxónicos) a actos que eles sabem serem de contra-informação, sem conteúdo jornalístico, não dando o benefício ao infractor? Nada, quase nada. Ao aceitarem as regras do Primeiro-ministro e do governo, aceitam a governamentalização e o controlo político. E não adianta dizerem, como já vi escrito, que não há problema nenhum em que o governo tenha investido tanto em “relações públicas” e em assessorias de imprensa que são “boas”, sem perceberem que esta frase é mortífera para a profissão de jornalista e auto-condenatória. Há quanto tempo se recordam de uma genuína pergunta e de uma genuína resposta do engenheiro Sócrates, fora do mundo da propaganda? Não me lembro.
Contam-se pelos dedos de uma mão só, as pessoas que têm acesso à comunicação social de primeira linha e que falam dos mecanismos de controlo e manipulação da comunicação social pelo governo socialista. É uma matéria tabu, que suscita logo um ambiente de grande hostilidade, com exigência probatórias imediatas. Não acho mal as exigências probatórias, dado que penso não faltarem provas, sendo às vezes serem tão evidentes que a sua exigência já é suspeita. Só tenho pena que não tenham sido pedidas com a mesma convicção antes do período actual de governação. Mais: intriga-me que aqui os jornalistas que se indignam, muitos deles em posições de relevo em órgãos de comunicação estatais, alguns em posições de chefia, tenham nesta matéria a atitude exactamente contrária à que tomam face a todas as coisas, onde acham sempre que não há fumo sem fogo por regra geral, e onde exercitam abundantes doses de cinismo. Aqui, ficam ingénuos em absoluto, nesta matéria não são certamente o “ninho de víboras” com que são descritos no mundo anglo-saxónico.Veja-se um dos exemplos mais que evidentes, referido por Eduardo Cintra Torres na série que está a escrever para o Público, e que tanta hostilidade suscita contra o seu autor, que está a provar uma medicina que já conheço há muitos anos. Trata-se da tentativa de controlo da agenda comunicacional através da sobreposição de pseudo-factos, declarações, conferências de imprensa, manobras de diversão, criados do nada para esconderem ou minimizarem os factos que são incómodos para o governo. O Primeiro-ministro Sócrates não faz isto dia-sim-dia-não, faz isto dia-sim-dia-sim, com sucesso garantido. Exemplo: no dia da manifestação da CGTP com setenta mil pessoas na rua, Sócrates fez mais uma das suas deslocações a um palco controlado (é interessante ver como utiliza muitas vezes o grupo parlamentar do PS como “palco controlado”) para responder aos manifestantes a solo, sem contraditório. Nos noticiários o facto e o pseudo-facto equivaliam-se e mesmo que não se queira chamar às declarações de Sócrates pseudo-facto, elas não tinham o interesse jornalístico que justificasse um tratamento quase simétrico. Isto acontece, quase sempre com Sócrates a solo em palcos controlados, dia-sim-dia-sim.É evidente que não só os governos socialistas que aplicam estas técnicas, os do PSD e do CDS fizeram o mesmo, mas com muito menor eficácia porque há diferenças fundamentais e que têm a ver com o facto de a comunidade jornalística se comportar por regra de forma muito adversarial com governos “de direita”, como agora se diz. Provas? Provas, pergunto eu? E que tal pensarmos nisto: sabedores das tácticas de ocultação do Primeiro-ministro e de alguns membros do governo mais sábios como o Ministro António Costa, que fazem os jornalistas para manterem a informação crítica a fluir, que fazem as redacções para darem o devido valor (o de notas de quatro ou cinco linhas como fazem os jornais anglo-saxónicos) a actos que eles sabem serem de contra-informação, sem conteúdo jornalístico, não dando o benefício ao infractor? Nada, quase nada. Ao aceitarem as regras do Primeiro-ministro e do governo, aceitam a governamentalização e o controlo político. E não adianta dizerem, como já vi escrito, que não há problema nenhum em que o governo tenha investido tanto em “relações públicas” e em assessorias de imprensa que são “boas”, sem perceberem que esta frase é mortífera para a profissão de jornalista e auto-condenatória. Há quanto tempo se recordam de uma genuína pergunta e de uma genuína resposta do engenheiro Sócrates, fora do mundo da propaganda? Não me lembro.
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