João Miguel Tavares
O artigo de João Miguel Tavares no DN tem merecido muitas referências na blogosfera, quase todas positivas. Devo dizer que concordo na totalidade com o texto, mas gostava de escrever algumas considerações sobre o tema.
O 11 de Setembro operou na sociedade ocidental uma viragem completa em redor dos pensamentos e mentalidades de muita gente. Existiram dois fenómenos distintos, que desencadearam um recrudescimento de sentimentos ideológicos em diferentes sectores da sociedade.
Por um lado, houve muita gente que ganhou consciência que a liberdade conquistada pelas democracias liberais e ocidentais não eram ainda livres do terror totalitário ideológico, e que ainda seria preciso combater pela liberdade conquistada. Muita gente, que antes não tinha reflectido, percebeu que os inimigos da liberdade democrática do Ocidente são muitos e que seria necessário travar mais algumas guerras pelo progresso civilizacional do mundo. O etnocentrismo ocidental ganhou um novo fôlego, pois apercebemo-nos que, apesar das nossas imperfeições, somo aqueles que vivemos no sistema mais justo. As liberdades que o Ocidental médio usufrui, são de longe incomensuráveis, comparadas com o Médio Oriente ou outras zonas do planeta. A liberdade da mulher, a liberdade de expressão, a igualdade perante a justiça, o desenvolvimento económico e social, a educação, enfim uma série de vantagens que temos, que causam inveja em outras sociedades repressivas. O ataque ao coração do mundo ocidental criou em muita gente este sentimento que era necessário lutar para não deixar que os nossos inimigos nos amedrontassem, e nos tirassem aquilo que mais apreciamos: a liberdade.
Por outro lado, surgiu uma esquerda renovada de ódio anti americano, ressentida ainda com a derrota ideológica da guerra-fria, onde os "seus" perderam por manifesta inferioridade da praxis ideológica. O Anti Americanismo tinha vindo a ganhar adeptos entre as massas anti globalização, que procuravam um modelo "democrático" alternativo ao sistema liberal das democracias. Assim após o 11 de Setembro, houve aquela condenação, mas sempre acompanhada do tal mas que JMT fala, sendo aliás uma constante nas suas condenações ao ataques cobardes dos terroristas. A extrema-esquerda anti americana soube capitalizar bem as reacções pacifistas das pessoas à resposta americana ao 11 de Setembro. A guerra do Afeganistão, talvez a guerra mais justa nos últimos anos, desencadeou uma reacção desta esquerda que foi ganhando adeptos com o avolumar da guerra contra o terrorismo. Esta esquerda aproveita o sentimento natural das pessoas não desejarem uma guerra, para fazer crescer esta oposição aos americanos. Esta esquerda renovada tem conquistado apoios para o lado anti americano, como ainda ontem pudemos observar no estudo publicado pelo German Marshall Fund.
O que temos de fazer é continuar a acreditar na nossa civilização e que é possível fazer um mundo melhor e mais justo, e o caminho passa pela democracia liberal... Não acredito numa sociedade desenvolvida e justa sem democracia, seja ela qual for...
Só mais uma questão; o que se passa com a esquerda? Será que já não são defensores incansáveis dos valores democráticos da sociedade ocidental?
O artigo de João Miguel Tavares no DN tem merecido muitas referências na blogosfera, quase todas positivas. Devo dizer que concordo na totalidade com o texto, mas gostava de escrever algumas considerações sobre o tema.
O 11 de Setembro operou na sociedade ocidental uma viragem completa em redor dos pensamentos e mentalidades de muita gente. Existiram dois fenómenos distintos, que desencadearam um recrudescimento de sentimentos ideológicos em diferentes sectores da sociedade.
Por um lado, houve muita gente que ganhou consciência que a liberdade conquistada pelas democracias liberais e ocidentais não eram ainda livres do terror totalitário ideológico, e que ainda seria preciso combater pela liberdade conquistada. Muita gente, que antes não tinha reflectido, percebeu que os inimigos da liberdade democrática do Ocidente são muitos e que seria necessário travar mais algumas guerras pelo progresso civilizacional do mundo. O etnocentrismo ocidental ganhou um novo fôlego, pois apercebemo-nos que, apesar das nossas imperfeições, somo aqueles que vivemos no sistema mais justo. As liberdades que o Ocidental médio usufrui, são de longe incomensuráveis, comparadas com o Médio Oriente ou outras zonas do planeta. A liberdade da mulher, a liberdade de expressão, a igualdade perante a justiça, o desenvolvimento económico e social, a educação, enfim uma série de vantagens que temos, que causam inveja em outras sociedades repressivas. O ataque ao coração do mundo ocidental criou em muita gente este sentimento que era necessário lutar para não deixar que os nossos inimigos nos amedrontassem, e nos tirassem aquilo que mais apreciamos: a liberdade.
Por outro lado, surgiu uma esquerda renovada de ódio anti americano, ressentida ainda com a derrota ideológica da guerra-fria, onde os "seus" perderam por manifesta inferioridade da praxis ideológica. O Anti Americanismo tinha vindo a ganhar adeptos entre as massas anti globalização, que procuravam um modelo "democrático" alternativo ao sistema liberal das democracias. Assim após o 11 de Setembro, houve aquela condenação, mas sempre acompanhada do tal mas que JMT fala, sendo aliás uma constante nas suas condenações ao ataques cobardes dos terroristas. A extrema-esquerda anti americana soube capitalizar bem as reacções pacifistas das pessoas à resposta americana ao 11 de Setembro. A guerra do Afeganistão, talvez a guerra mais justa nos últimos anos, desencadeou uma reacção desta esquerda que foi ganhando adeptos com o avolumar da guerra contra o terrorismo. Esta esquerda aproveita o sentimento natural das pessoas não desejarem uma guerra, para fazer crescer esta oposição aos americanos. Esta esquerda renovada tem conquistado apoios para o lado anti americano, como ainda ontem pudemos observar no estudo publicado pelo German Marshall Fund.
O que temos de fazer é continuar a acreditar na nossa civilização e que é possível fazer um mundo melhor e mais justo, e o caminho passa pela democracia liberal... Não acredito numa sociedade desenvolvida e justa sem democracia, seja ela qual for...
Só mais uma questão; o que se passa com a esquerda? Será que já não são defensores incansáveis dos valores democráticos da sociedade ocidental?
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