geração rasca
Há uns anos, quando fui incluído na geração rasca, evidentemente não pude deixar de tecer algum repúdio por esta afirmação, que negava toda a essência da minha força enquanto estudante e cidadão do mundo.Mas, é evidente que, apesar de ser uma afirmação totalitária, não podemos deixar de a caracterizar com alguma essência do que é ser jovem hoje em dia.
Apesar da qualidade e da inegável vontade de muitos jovens em transformarem-se em motores válidos da sociedade, existe um mau estar crescente em certos sectores no rumo que esta geração (que incluo todos aqueles que cresceram e atravessaram a adolescência a partir dos anos 90) está a tomar. Hoje em dia, fala-se na geração “morangos”, que consome com avidez tudo aquilo que os media mainstream lhe oferecem: as novelas, as séries, a musica fácil, as ideologias baratas e a falsa consciência que tudo está mal no mundo, e claro, que a culpa é das democracias e principalmente dos Estados Unidos.
A vontade popular, e principalmente dos jovens, tende a atacar tudo aquilo que o capitalismo representa, apesar de ser consumidora de tudo aquilo que de pior o capitalismo gera. Já sabemos que quando existe liberdade, existem excessos, estes representados actualmente pela voracidade e futilidade da maior parte dos media.
Quando falamos em defender os valores correctos, da liberdade, da democracia, da tolerância, mas também da luta contra os regimes e organizações terroristas, tudo se confunde. A ideologia veiculada pelos media, aliada à futilidade dos interesses dos jovens, levam-nos para caminhos tortuosos. Não gosto do ser pessimista, mas com esta juventude e com estas ideias, estou cada vez mais preocupado. A votação no radicalismo do bloco de esquerda é um sinal claro da doença que a nossa juventude atravessa. Esperemos que seja passageira…
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