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Conclusões do PSD


Manuela Ferreira Leite

Venceu, como esperado. Não obteve um grande resultado, fruto da péssima campanha que fez. Limitou-se a segurar os militantes que tinham votado em Marques Mendes, não conquistando novos apoios. Diga-se o que se disser, Rui Rio era o candidato mais forte deste lado. Muitos dos militantes que votaram em Pedro Passos Coelho (e eu conheço bastantes), teriam votado no presidente da Câmara do Porto, caso ele fosse o candidato.

Não vai ter vida fácil, pois apesar de PPC já ter demonstrado que irá colaborar com a líder, os seus apoiantes, especialmente vindos de Luís Filipe Menezes, não vão calar-se. E há a incógnita Santana Lopes, que vai continuar a andar por aí.

Manuela Ferreira Leite irá precisar de ouvir Pacheco Pereira, Rui Rio ou Alexandre Relvas, se quiser ter uma liderança com valor acrescentado. Apesar da boa imprensa que possui, se continuar a apresentar soluções idênticas às de José Sócrates, com a oposição interna a censurar a sua acção, poderá ser facilmente derrotada no próximo ano. E terá uma dificuldade enorme: aglutinar à sua volta a juventude, que parece resistir ao seu apelo conservador, austero e, por vezes, autista.

Pedro Passos Coelho

Ficou em segundo lugar, mas tenho a sensação que poderia ter ido mais longe. Iniciou a campanha com muito fulgor, com novas ideias e soluções para o país. A sua veia liberal granjeou-lhe uma boa imprensa e obteve o apoio de muitos militantes descomprometidos com o aparelho. Mas sua ligação com o aparelho ligado a Luís Filipe Menezes acantonou-o ao pior que o PSD apresenta. Mas deu sinais de ser um homem livre, que não seria condicionado por estes apoios. Na vida política, para se ganhar, tem-se que contar com todos. Mesmo com aqueles que pensavam que Alberto João Jardim era a pessoa indicada para liderar o PSD. Obteve excelentes resultados no distrito do Porto, Vila Real, Bragança, Leiria, Santarém e Viseu. Fica como reserva para o futuro, mas precisará de sair do gueto de LFM, que foi o grande derrotado destas eleições. Acredito que se tivesse vencido, poderia mudar a face da política portuguesa. Agora, resta analisar a sua acção nos próximos tempos. Se terá uma postura séria e credível, ou, pelo contrário, irá remeter-se a líder de facção. Aposto na primeira hipótese.

Pedro Santana Lopes

É um verdadeiro político e nunca desiste de lutar. Obteve cerca de 30%, um resultado que me surpreendeu. Se Luís Filipe Menezes não o tivesse atraiçoado, talvez tivesse ganho as directas. Fez uma excelente campanha, falou para o partido e para o país, e apesar de continuar a ser dilacerado pelos media, manteve-se vivo. Pode-se dizer que ficar em terceiro lugar, para um antigo Primeiro-ministro, é humilhante. Com as adversidades conhecidas, o seu resultado só pode ser considerado meritório. Precisa de se resguardar para batalhas futuras. Continua a ser um político com muitos méritos, mas precisa de estar uns anos afastado da arena política. Espero que o consiga, porque o país ainda pode vir a precisar dele no futuro.

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