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A rentrée das Televisões
Com o aproximar de Setembro, as Televisões generalistas portuguesas preparam-se para alterar grelhas, mudar caras e apresentar novos programas. Como é habitual em Portugal, as maiores apostas apontam para a mediocridade.
Contudo há um dado novo na televisão em Portugal: a extinção da RTP2 e a sua transformação em Canal Conhecimento. Ainda não se sabe a programação completa, mas o que se sabe promete. A ver vamos como será este novo canal a emitir em sinal aberto. Apesar do jeito trapalhão e algo desajeitado, o Ministro Morais Sarmento tem conseguido desenvolver uma estratégia coerente no que diz respeito ao serviço público de televisão. Penso que poderia ter ido mais longe, contudo mexeu onde ninguém o tinha feito em muitos anos, com os resultados que se sabe.
A RTP vai continuar a seguir a lógica do último ano, com mais uma grande produção do programa "Operação Triunfo", que foi o grande sucesso da estação do ano transacto. Sinceramente não penso que deveria ser este o caminho da RTP, pois não considero serviço público um programa deste tipo, mais enquadrado numa televisão privada. É um programa que fica caro aos contribuintes e que nada acrescenta a quem o vê. A aposta no desporto vai continuar devido ao seu quase monopólio no mercado das transmissões televisivas, conseguido através a acordos e negócios escandalosos do passado, que provocaram à RTP enormes prejuízos financeiros. Existe também um regresso, o concurso "Quem Quer Ser Milionário", que tanto sucesso teve com Carlos Cruz. Quanto ao resto, espera-se uma maior aposta em programas de qualidade cultural ou informativa, apesar de já termos tido alguns casos de sucesso, como o caso dos debates e das grandes entrevistas. O que se espera é que as melhorias alcançadas na gestão de Almerindo Marques continuem, na procura de um melhor serviço de televisão, pago por todos nós, e que deixe de entrar nas lutas demagógicas de audiências com os concorrentes privados.
A SIC, deve continuar a reger-se pela mediocridade que nos tem habituado nos últimos anos, onde a sua grande aposta é um programa chamado "Ídolos", que só pelo nome já me causa enfastio. Vai continuar a apostar no filão brasileiro da Globo, hoje já não tão reluzente como no passado, mas que ainda consegue dar bons frutos. O Herman José deve continuar a atolar-se na lama que caiu há muito tempo, com aquele programa demasiado fraco para os seus pergaminhos, roçando o brejeiro e o mau gosto. Espero que pelo menos continue a dar "O Sexo e a Cidade", talvez o único programa que vejo nesta televisão. Como boa notícia, o regresso de Santana Lopes à SIC, de certeza para atacar já o lugar apetecível de Belém.
A TVI, que revolucionou a televisão em Portugal e mostrando-nos que podia-se descer ainda mais que o Emídio Rangel, vai regressar com mais uma edição do terrível Big Brother, um programa que tanto nos ensinou do Portugal profundo que ainda temos. A imensa cadeia de novelas portuguesas vai continuar, bem como aqueles horríveis talk shows onde se fala de sexo, mentiras, vidas privadas, desgraças e misérias do povo português, sem respeito pela privacidade e dignidade humana. A informação da TVI vai continuar, excepção feita aos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa e Miguel Sousa Tavares, a ser aquilo que nos tem habituado, a informação tablóide, versão televisiva. Nas séries, se quisermos ficar acordados até tarde, talvez possamos assistir a uma boa sit com. De resto nada de novo… muita baixaria e vulgaridade…
Resta esperar que alguma coisa melhore, senão temos de nos contentar com os canais do Cabo, portugueses ou estrangeiros, onde ainda se consegue ver programas de qualidade.

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