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Mestre das tácticas
Com a entrevista de Freitas do Amaral, a esquerda portuguesa ganhou efectivamente mais um candidato a candidato a Presidente da República. Apesar de criticar o excesso de táctica de putativos candidatos (Cavaco Silva, obviamente), ele mostra ser o mestre da técnica de construir uma candidatura a Belém. Freitas nunca esqueceu que a sua maior ambição era de ser Presidente da República, facto este que esteve perto de conseguir em 1986, com a ajuda da direita que agora parece desprezar. Freitas em 1996 não teve a mínima hipótese de se deixar tentar por uma candidatura, pois Cavaco Silva ocupou todo o espaço da direita portuguesa. E foi a partir daí que este mestre da dissimulação começou a sua transformação. Começou lentamente a aproximar-se da esquerda, primeiro com uma aproximação velada ao PSD. Em 2002, vendo os ventos da mudança, declara o seu apoio a Durão Barroso nas eleições legislativas, pensando assim que poderia ser o candidato em 2006, se Cavaco falhasse este propósito. Mas, ele começa a ver que o governo da coligação não vai longe, e sob o pretexto da guerra, alia-se à esquerda tradicional, participa em manifestações anti americanas, vai a colóquios com a extrema esquerda e aparece na televisão junto a Soares, o seu velho rival de 1986. Freitas percebe que nunca será o candidato da direita e vai para a esquerda para ser o legítimo representante desta. Em 2005, com a queda do Governo de Santana Lopes, em mais um golpe de magia, declara o seu apoio à candidatura de Sócrates, pois este era agora o mais que certo futuro Primeiro Ministro. Acaba por entrar para o Governo e finalmente faz a sua entrada triunfal na esquerda, por mérito próprio, pois é o numero três de um governo socialista. A 5 meses das eleições para Belém, Freitas dá uma entrevista, onde critica o próprio governo de que faz parte (pode ser que alguma direita se reveja nas criticas), e fala abertamente da questão presidencial. Não se coloca de parte, é fortemente critico de uma possível candidatura de Cavaco Silva (sobre esta entrevista, irei publicar um post onde abordarei as suas referências às presidenciais) e manifesta-se agradado por algumas personalidades do PS considerarem a sua candidatura como a melhor para a esquerda portuguesa.
Isto tudo é uma possível explicação para a “táctica” de Freitas do Amaral chegar a Belém, mas não é uma boa teoria? Será que se ele for mesmo candidato, haverá alguém da direita que embarcará na sua “cantiga” ?

1 Responses to “”

  1. # Anonymous Anónimo

    Há pessoas que têm imensa fome de poder e que se aliam a Gregos e a Troianos para atingir esse fim. Freitas do Amaral é um exemplo paradigmático desse tipo de pessoas que querem agradar tanto a Deus como ao Diabo. Veremos se o feitiço não se vira contra o feiticeiro.  

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