Embora não subscreva a 100% a opinião do cronista, penso que a sua tese sobre a figura de Mário Soares está globalmente correcta. Aqui se transcreve a opinião de Miguel Tavares no DN:
"Eu sei que devo ao dr. Soares poder estar aqui hoje a escrever que já não há paciência para aturar o dr. Soares. Faço-lhe uma vénia por isso. Mas as suas glórias democráticas não o colocam acima da crítica, sobretudo quando se perde em declarações impróprias a propósito de acontecimentos tão trágicos quanto os atentados de Londres.A palavra "Al-Qaeda" deve ter sobre si um estranho efeito, porque cada vez que a ouve o dr. Soares entra de imediato em delírio verbal. Mais uma vez, em declarações à SIC, ele repetiu a ladainha da pobreza, insinuando que os terroristas são gente "desesperada" e que vivem "em guetos". Mais do que isso, Soares garantiu que a solução para o terrorismo não pode passar só pela violência, o que pressupõe - já o havia dito há meses - que o Ocidente precisa de "negociar".Estas duas teses são absurdas, e é espantoso que Mário Soares insista em proferi-las. Independentemente do que se pensa de Bush ou da invasão do Iraque, o terrorismo da Al-Qaeda não tem outras razões para além do ódio ao nosso modo de vida, e é uma tontaria ver nos atentados de Londres uma consequência da pobreza. Ao que tudo indica, os fundamentalistas que se fizeram explodir em Inglaterra eram cidadãos britânicos, e não consta que andassem a pedir nas ruas.Se a tese da pobreza já é tonta, a tese da negociação, essa, é simplesmente estrambólica. Afinal, o que podemos nós oferecer a Ben Laden em troca do fim dos ataques terroristas da Al-Qaeda? A aniquilação do mundo ocidental? Da mesma forma que a Al-Qaeda é menos uma organização estruturada do que uma rede difusa de pequenas células, também as suas reivindicações são vagas e incertas. Os jihadistas não reclamam nada de concreto - eles exigem a conversão dos infiéis à sua imagem de Deus. O dr. Soares quer negociar com eles? É muito simples vá comprar o Alcorão e comece a deixar crescer a barba."
João Miguel Tavares
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