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O jornalismo feito em Portugal

Os jornalistas portugueses não conseguem ser isentos nem dar a noticia tal como ela é. Nas notícias internacionais, a cobertura efectuada é completamente realizada sem qualquer sentido de imparcialidade.

Ontem Espanha assistiu a uma mega manifestação contra a política desastrada de Zapatero contra o terrorismo. Milhares de pessoas desfilaram pelas ruas de Espanha contra a cedência do PSOE em relação a um assassino da ETA. A cobertura jornalística portuguesa não fez a noticia que se esperava da manifestação, referindo os números, a forma como decorreram as manifestações e as posições do PP e do PSOE, por exemplo. Não cobriu de forma isenta e imparcial esta notícia. O que os portugueses puderam observar na maior parte dos órgãos de comunicação social foi somente a perspectiva do PSOE.

A cobertura de George W. Bush à América Latina também tem tido uma cobertura facciosa e algo distante dos padrões do bom jornalismo. As manifestações anti-americanas são normais no mundo em que vivemos. A qualquer lado que vá um Presidente dos Estados Unidos, haverá sempre um comité vermelho de boas vindas (relembre-se quando Bill Clinton visitou Portugal, onde andavam o BE e PCP). Mas a visita de Bush à América Latina é uma janela de oportunidade para todo o continente. Vetada ao esquecimento no pós 11 de Setembro, a América Latina aprofundou a pobreza e virou à esquerda. Apesar de no Peru, México e Colômbia terem ganho partidos de direita, e no Brasil, Chile e Uruguai ser a esquerda moderada e democrática a governar, a influência de Chavez aumentou consideravelmente. Para promoção do etanol com combustível alternativo; para aprofundar as relações com os países da América Latina; para promover o comércio livre no continente americano; e também para combater a crescente influência do pseudo ditador Chavez, foram os motivos desta visita tardia de Bush. A cobertura noticiosa tem dado mais destaque, ora às manifestações promovidas pela extrema-esquerda, ora ao aparato de segurança que rodeia a comitiva norte-americana ou a contra digressão de Chavez. Mesmo quando estamos a falar de sete mil manifestantes nas ruas de São Paulo, numa cidade com mais de 10 milhões de habitantes, os media preferem o folclore das manifestações do que a visita propriamente dita. Não contesto que as manifestações têm importância mediática, mas devem ser um acessório da notícia e não a parte principal.

Eu gostava de ter uma imprensa que escrevesse as notícias internacionais sem uma carga ideológica acentuada. Gostava de saber, através dos media portugueses, como está a decorrer a campanha presidencial francesa ou como vão as primárias americanas. Mas, se me basear apenas na imprensa portuguesa, então não ficarei informado. Porque segundo esta mesma imprensa, Ségolène Royal e Hillay Clinton já teriam ganho as respectivas eleições.

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