Será que no PSD não existe ninguém que se lembre de acabar com este legado? Cavaco Silva foi o melhor Primeiro Ministro do PSD e representou um período de progresso e desenvolvimento para o país. Mas é tempo do PSD libertar-se do seu passado. Em 2011, deverá voltar a apoiar Cavaco. Mas deve esquecer Cavaco, e também os cavaquistas. É tempo de renovar-se e deixar de preparar o futuro com os olhos colocados no passado.
Todos os dias somos assaltados com notícias do tipo "cavaquistas seguram Marques Mendes" ou "cavaquistas apoiam Pedro Aguiar Branco". O problema do PSD é que não sabe viver sem a sombra de Cavaco. Depois de 1995, todos os líderes tiveram o apoio do sector cavaquista (a excepção terá sido Santana Lopes, e tudo fizeram para fazê-lo cair), com os resultados conhecidos. Nunca mais o PSD soube conquistar o país e envolver as pessoas com um projecto político de futuro. A única vez que chegou ao poder foi um mero acaso do destino.
Um dos grandes mitos, e que algumas pessoas defendem, é que o PSD deverá ser de centro esquerda, um verdadeiro partido social democrata. Ora, esse partido já existe em Portugal, que é o Partido Socialista. É preciso conquistar o país de novo. E para isso, o PSD tem de assumir um verdadeiro processo de refundação. O PSD deverá ser um grande partido de centro direita, e com isso, conseguir atrair para a sua esfera de influência uma nova geração de pessoas. A direita ideológica e política em Portugal está órfã de política a sério. Entretêm-se a escrever e a debater, mas não têm a oportunidade de intervir politicamente. E todos sabem como o PSD necessita urgentemente de novos quadros e novos valores.
Se surgir uma nova liderança, com um profundo cariz ideológico e de renovação, e com um projecto de mudança radical da sociedade portuguesa, assente numa política sem restrições na luta contra o poder do estado na economia, num liberalismo social e político, que seja capaz de restituir às pessoas o poder pela sua liberdade individual, enfim, um projecto sem complexos ideológicos de direita, estou certo que poderá ser mobilizador para a nova direita que nasce em Portugal. E um projecto que acabe com o atraso estrutural português na Europa, poderá ser também promotor de uma vitória eleitoral em 2009. Sarkozy venceu na França, com um projecto de direita, porque as pessoas estavam cansadas do cinzentismo ideológico de Chirac. Em Portugal, também é possível.
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