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11-09-03

Ao iniciarmos o século XXI, o Mundo parecia que estava finalmente a iniciar um período sem precedentes de paz e liberdade, onde as guerras totais e destruidoras pareciam já uma leve recordação daquele que foi o mais sangrento e horrível século da vida humana. Mas na manhã de 11 de Setembro de 2001, o mundo acordou com as imagens do terror e da indescritível crueldade humana do Terrorismo. A partir daí, os EUA declararam Guerra a este novo perigo, sem face nem aparência, diluído nas desgraças do mundo e no fanatismo religioso
Passados dois anos do acontecimento mais horrível que já assisti, ainda me lembro de tudo como se tivesse acontecido ontem. Lembro-me perfeitamente de tudo o que se passou naquele dia tenebroso para a humanidade, outro dia que ficará recordado na história como um dia infame para a humanidade.
Depois de uma noite extravagante, acordei tarde, depois da 13 horas. Liguei a televisão e logo reparei que algo extraordinário tinha acontecido, pois estava a dar a mesma coisa nos três canais: Um avião tinha embatido no World Trade Center. Acordei os meus colegas de apartamento para verem o que se estava a passar. Debatíamos sobre o que tinha acontecido, ainda sem raciocinar direito, mas longe de pensar que tinha sido um ataque terrorista. Mais um acidente miserável, pensei eu, logo a insultar os responsáveis. Mas de repente, surge um avião no ecrã, e ainda com a minha visão meio obliqua, dei um salto do sofá. Mal vi o embate do segundo avião, instintivamente pensei imediatamente em Bin Laden. A minha mente foi invadida de pensamentos que não ouso escrever, mas após o silêncio emotivo em que me escondi, soltei frases de raiva reaccionária contra os terroristas e os muçulmanos. Senti que o mundo ia mudar e que estava a assistir em directo à história, algo semelhante com o ataque de Pearl Harbor. A comparação foi por demasiada evidente. A revolta que senti cresceu com a notícia que outro avião se tinha despenhado contra o Pentágono e logo cresceram rumores que outros poderiam ter sido sequestrado e estariam iminentes outros ataques a alvos estratégicos americanos. Depois foi o encadeamento de notícias que surgiram, muitas delas contraditórias e difusas. Esta tarde foi inesquecível, não conseguindo abandonar o televisor. Este tinha sido um ataque contra tudo aquilo que acredito e senti que o mundo iria mudar, e que a complacência do mundo para com os movimentos terroristas iria terminar. Após as declarações dos líderes mundiais, pensei que toda a gente estaria com os Estados Unidos naquele momento. Daquele dia, lembro-me que só me deitei cerca das seis da manhã, tendo absorvido grande quantidade de informação, quer nas televisões portuguesas, quer na TSF.
Mas os acontecimentos posteriores mudaram em muito a minha forma de ver as relações internacionais. Sempre me considerei pró americano e defensor da liberdade e dos valores que a democracia americana sempre representaram para o mundo. Contudo tinha-me apercebido que o sentimento anti americano estava a crescer no mundo, por uma serie de factores, que Revel tão bem explicou. Mas pensei, ingenuamente, que talvez agora as pessoas olhassem de forma diferente e deixassem de odiar tanto os Estados Unidos. Mas logo naquela tarde, vários colegas e amigos, começaram com aquela famosa frase “é pena que tenha acontecido, mas...” Nada me revoltou mais que a compreensão e os motivos daqueles que utilizaram este mas, como forma de explicar o 11 de Setembro de 2001. Poucos foram os que compreenderam o seu verdadeiro significado e não querem aceitar o facto. Com o distanciamento de dois anos do acontecimento, existe cada vez mais gente a dizer que os Americanos mereceram o que tiveram, outros ainda a desenvolver a teoria da conspiração,(veja-se o sucesso daquele livro que defende a negação do 11 de Setembro), e ainda aquele famoso “mas”, sempre presente nas explicações da esquerda e na extrema direita. (Porque será que a extrema direita e a esquerda convergem em relação aos EUA?)

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