As derrotas e as vitórias...
Depois do 9 de Outubro, gostava de deixar umas reflexões muito pessoais, em relação aos resultados eleitorais. Como tenho pouco tempo, apenas deixo comentários sobre as eleições no Porto, Lisboa e Gondomar.
É obvio que o sentimento geral é de satisfação e júbilo pela vitória do meu Partido a nível nacional, e também por alguns dos melhores autarcas do PSD terem sido reeleitos. Mas, como não tenho uma visão fechada da política, e consigo fazer a distinção clara dos interesses do PSD e do país, fiquei também contente com algumas vitórias dos outros Partidos. Claro que a vitória dos candidatos arguidos tenha sido uma frustração pessoal, principalmente em Gondomar. O resultado do PSD e do PS foi uma vergonha para estes dois partidos, que tem seriamente de reflectir para decidir o que fazer no futuro. As condições eram muitos difíceis, mas penso que poderia ter sido bem melhor.
Porto
Obviamente fiquei muito contente com a maioria absoluta de Rui Rio, talvez o melhor autarca do país, que com a sua nova forma de fazer política, sem populismos demagógicos e repleta de honestidade moral e politica, mostrou que políticos deste calibre também podem vencer em Portugal. Francisco Assis, outro político que considero capaz e honesto, pagou demasiado caro o preço do PS Porto, demasiado “antigo” para os tempos modernos. Espero que continue na política de forma honrada e íntegra, como o tem feito até agora. Nesta cidade, fiquei muito contente com a não eleição do populista e demagógico João Teixeira Lopes, um homem de fraco carácter.
Lisboa
Mais do que a vitória de Carmona Rodrigues, o que gostei foi de ver Carrilho ser derrotado desta forma. A arrogância na política foi derrotada em Lisboa. O que parecia impensável em Fevereiro aconteceu mesmo, com o PSD a vencer Lisboa e com uma larga margem. Mérito para Carmona Rodrigues pela sobriedade na sua forma de actuar, e também para Marques Mendes, que decidiu apostar neste independente para a capital do País. Ruben de Carvalho consegue também obter um excelente resultado, contrastando com o Bloco de Esquerda, que se ficou pelos mínimos esperados. A tenacidade e a coragem de Maria José Nogueira Pinto foi premiada um lugar na vereação, embora tenha baixado em relação ao resultado de Paulo Portas há 4 anos.
Gondomar
Já contava com uma vitória esmagadora do Major Valentim Loureiro, apesar de pensar que não ultrapassaria os 50%. Aqui, os resultados tem de ser analisados friamente, com responsabilidades para os aparelhos do PSD e do PS, e com mérito, é necessário reconhecer de Valentim Loureiro.
Em relação ao PSD, todo o comportamento das estruturas locais foi vergonhoso nesta matéria, tendo a candidatura de Gonçalves Pereira estado quase sempre sozinha neste difícil embate. Apenas alguns militantes do PSD e do CDS estiveram envolvidos na campanha eleitoral, e não havia nenhuma máquina partidária a ajudar, o que cria neste tipo de eleições dificuldades acrescidas. Por outro lado, as diversas candidaturas do PSD às Juntas de Freguesia estiveram sempre ao lado da candidatura independente e constantemente a boicotar o trabalho do PSD. Por um lado concorriam nas listas da coligação PSD/CDS, mas por outro lado apoiavam a lista independente. Neste aspecto, alguns pagaram bem caro esta estratégia, perdendo as eleições. Foram umas eleições para esquecer para o PSD Gondomar, exceptuando claro, aqueles militantes (e foram muitos) que festejaram a vitória do Valentim.
O PS deu desde o início a CM de Gondomar como perdida, e como tal, avançou com um candidato desconhecido, fraco de ideias e projectos, e muito mal acompanhado. Ricardo Bexiga, antigo candidato do PS poderia ter sido uma melhor escolha, pois era uma figura local, e possuidora de crédito nas populações. José Sócrates e Jorge Coelho, decidiram Valentim Loureiro brilhar, e nem sequer foram a Gondomar fazer campanha. Assim, talvez se entenda os rasgados elogios de Valentim Loureiro ao Primeiro-ministro, certamente a agradecer-lhe a ajuda que lhe deu a esta vitória esmagadora.
Valentim Loureiro tem mérito nesta vitória, pela forma como soube entender as populações e dar-lhe o que querem… Esta foi uma campanha cheia de populismo, aproveitamento da máquina do PSD, utilização dos meios camarários e das Juntas de Freguesia para fazer campanha, muitas festas e passeios paras as populações, enfim, tudo era possível para conquistar votos.
Apesar de Gondomar ser o concelho mais atrasado da área metropolitana do Porto, Valentim conseguiu passar a mensagem que fez muito. Fez uma campanha contra o líder do PSD, teve os militantes do PSD de Gondomar a seu lado, conseguiu muitos votos de socialistas e comunistas e arrumou com a candidatura do PSD. Infelizmente, os gondomarenses passaram a mensagem que vale a pena votar em candidaturas como a do Major, contra a ética e os valores na política. O populismo e a demagogia venceram aqui, mas o Dr. Marques Mendes venceu na honestidade e na ética. A política deve ser assim, não ganhar a qualquer custo.
Depois do 9 de Outubro, gostava de deixar umas reflexões muito pessoais, em relação aos resultados eleitorais. Como tenho pouco tempo, apenas deixo comentários sobre as eleições no Porto, Lisboa e Gondomar.
É obvio que o sentimento geral é de satisfação e júbilo pela vitória do meu Partido a nível nacional, e também por alguns dos melhores autarcas do PSD terem sido reeleitos. Mas, como não tenho uma visão fechada da política, e consigo fazer a distinção clara dos interesses do PSD e do país, fiquei também contente com algumas vitórias dos outros Partidos. Claro que a vitória dos candidatos arguidos tenha sido uma frustração pessoal, principalmente em Gondomar. O resultado do PSD e do PS foi uma vergonha para estes dois partidos, que tem seriamente de reflectir para decidir o que fazer no futuro. As condições eram muitos difíceis, mas penso que poderia ter sido bem melhor.
Porto
Obviamente fiquei muito contente com a maioria absoluta de Rui Rio, talvez o melhor autarca do país, que com a sua nova forma de fazer política, sem populismos demagógicos e repleta de honestidade moral e politica, mostrou que políticos deste calibre também podem vencer em Portugal. Francisco Assis, outro político que considero capaz e honesto, pagou demasiado caro o preço do PS Porto, demasiado “antigo” para os tempos modernos. Espero que continue na política de forma honrada e íntegra, como o tem feito até agora. Nesta cidade, fiquei muito contente com a não eleição do populista e demagógico João Teixeira Lopes, um homem de fraco carácter.
Lisboa
Mais do que a vitória de Carmona Rodrigues, o que gostei foi de ver Carrilho ser derrotado desta forma. A arrogância na política foi derrotada em Lisboa. O que parecia impensável em Fevereiro aconteceu mesmo, com o PSD a vencer Lisboa e com uma larga margem. Mérito para Carmona Rodrigues pela sobriedade na sua forma de actuar, e também para Marques Mendes, que decidiu apostar neste independente para a capital do País. Ruben de Carvalho consegue também obter um excelente resultado, contrastando com o Bloco de Esquerda, que se ficou pelos mínimos esperados. A tenacidade e a coragem de Maria José Nogueira Pinto foi premiada um lugar na vereação, embora tenha baixado em relação ao resultado de Paulo Portas há 4 anos.
Gondomar
Já contava com uma vitória esmagadora do Major Valentim Loureiro, apesar de pensar que não ultrapassaria os 50%. Aqui, os resultados tem de ser analisados friamente, com responsabilidades para os aparelhos do PSD e do PS, e com mérito, é necessário reconhecer de Valentim Loureiro.
Em relação ao PSD, todo o comportamento das estruturas locais foi vergonhoso nesta matéria, tendo a candidatura de Gonçalves Pereira estado quase sempre sozinha neste difícil embate. Apenas alguns militantes do PSD e do CDS estiveram envolvidos na campanha eleitoral, e não havia nenhuma máquina partidária a ajudar, o que cria neste tipo de eleições dificuldades acrescidas. Por outro lado, as diversas candidaturas do PSD às Juntas de Freguesia estiveram sempre ao lado da candidatura independente e constantemente a boicotar o trabalho do PSD. Por um lado concorriam nas listas da coligação PSD/CDS, mas por outro lado apoiavam a lista independente. Neste aspecto, alguns pagaram bem caro esta estratégia, perdendo as eleições. Foram umas eleições para esquecer para o PSD Gondomar, exceptuando claro, aqueles militantes (e foram muitos) que festejaram a vitória do Valentim.
O PS deu desde o início a CM de Gondomar como perdida, e como tal, avançou com um candidato desconhecido, fraco de ideias e projectos, e muito mal acompanhado. Ricardo Bexiga, antigo candidato do PS poderia ter sido uma melhor escolha, pois era uma figura local, e possuidora de crédito nas populações. José Sócrates e Jorge Coelho, decidiram Valentim Loureiro brilhar, e nem sequer foram a Gondomar fazer campanha. Assim, talvez se entenda os rasgados elogios de Valentim Loureiro ao Primeiro-ministro, certamente a agradecer-lhe a ajuda que lhe deu a esta vitória esmagadora.
Valentim Loureiro tem mérito nesta vitória, pela forma como soube entender as populações e dar-lhe o que querem… Esta foi uma campanha cheia de populismo, aproveitamento da máquina do PSD, utilização dos meios camarários e das Juntas de Freguesia para fazer campanha, muitas festas e passeios paras as populações, enfim, tudo era possível para conquistar votos.
Apesar de Gondomar ser o concelho mais atrasado da área metropolitana do Porto, Valentim conseguiu passar a mensagem que fez muito. Fez uma campanha contra o líder do PSD, teve os militantes do PSD de Gondomar a seu lado, conseguiu muitos votos de socialistas e comunistas e arrumou com a candidatura do PSD. Infelizmente, os gondomarenses passaram a mensagem que vale a pena votar em candidaturas como a do Major, contra a ética e os valores na política. O populismo e a demagogia venceram aqui, mas o Dr. Marques Mendes venceu na honestidade e na ética. A política deve ser assim, não ganhar a qualquer custo.
Dias Loureiro, na noite das eleições, foi claro: "Se pretendessemos apenas ganhar aquelas autarquias os candidatos seriam outros (os candidatos - arguidos acrescento eu)". O que o se fez foi apresentar candidatos que, minimamente, tentassem credibilizar a política. Ora bem, com candidatos como Valentim, Isaltino, Felgueiras (e suas comitivas de interesses), a ideia da corrupção na política irá alastrar e, em breve, todos pagaremos o preço.
Boa análise da coisa. Concordo. Infelizmente o país está cheio de Isaltinos, Fátimas e...Barrosos, aqui perto.
http:kruzeskanhoto.blogs.sapo.pt