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Mais um ano perdido...

Depois de termos passado pela gestão dos governos PSD/CDS, agora é a vez de passarmos mais um mau bocado com o actual PS no leme dos destinos de Portugal. A verdade é que este último ano foi excelente em termos de propaganda e de medidas simbólicas que, infelizmente não resultaram em nada, conforme se pode observar nos últimos relatórios publicados sobre o estado da economia portuguesa. O drama é que, mais uma vez, os governantes da nação mentiram e enganaram os portugueses com as suas falsas promessas. Somos, cada vez mais, um país adiado e vencido pelas circunstâncias.
Se o governo não presta, os partidos da oposição não tem estado muito melhor, com lideranças fracas e sem ideias concretas para o país.

Os Deputados e as faltas!!!

Que Portugal tem um corpo de deputados medíocre, todos já sabíamos;
Que os deputados da nação faltam quando bem lhe apetece, todos já sabíamos;
Que todos os partidos tem postura reactivas e nunca pró activas, todos já sabíamos;
Que os deputados de todos os partidos se protegem uns aos outros, todos já sabíamos;
Que os deputados são mal pagos para a profissão em causa, todos já sabíamos;
Que deveriam ser mais bem pagos e a tempo inteiro, todos já sabíamos.

Então, qual a novidade deste escândalo?
Puro agendamento mediático por parte dos media, com os partidos a irem atrás, aliás, como sempre!

Quem não se lembra do patético Ministro da Informação Iraquiano, que praticamente até à sua detenção, prometia a exterminação total e impiedosa dos Invasores...

Pois é, agora temos outro fanático a prometer o mesmo, embora de forma preventiva…repare-se nas declarações (in Público online):

“Os nossos inimigos sabem que temos é um dos Exércitos mais poderosos do mundo”, declarou Ahmadinejad, durante a parada militar nas comemorações o Dia do Exército.
Durante a intervenção, Ahmadinejad insistiu na necessidade das Forças Armadas “permanecerem em regime de prontidão e equipadas com as últimas tecnologias, para responderem a qualquer agressão externa”,
“Os inimigos do Irão sabem que a vossa coragem, fé e compromisso com o Islão e a terra iraniana criou um Exército poderoso que pode defender as fronteiras políticas e a integridade da nação iraniana e cortar a mão de qualquer agressor”, declarou.

Parece-me que se for a julgar pelas promessas (ou ameças), os EUA, caso avancem, terão vida fácil!!!

De como a "não esquerda" se começa a preparar para votar em Sócrates

João Pedro Henriques, com a sagacidade que o caracteriza, defende que os blogues da não esquerda estão a preparar o caminho para votar em Sócrates em 2009. Defende ele que a direita “acusa” Sócrates de governar à direita, de ser reformista, e por isso roubar o espaço aos partidos de direita e centro-direita.

A verdade é que o comentário de JPH tem algum fundamento, pois assiste-se a algumas pessoas dita de direita ideológica, a utilizarem desculpas deste tipo para elogiar Sócrates, defendendo que as suas políticas são de direita, aproveitando para criticar as actuais lideranças do PSD e do CDS. Mas JPH comete o inegável erro de confundir a parte com o todo, pois é manifestamente exagerado. Para mim, Sócrates não governa à direita, governa mal e à esquerda, infelizmente como PSD governou na última vez que esteve no Governo.

Gostava de deixar alguns exemplos para exemplificar a dita governação à esquerda:
- Aumento de impostos!
- Aumento do peso do Estado na economia!
- Construção de gigantescas obras públicas!
- Interferência do Estado em assuntos privados, como o exemplo da colecção de Joe Berardo, entre outros!

A propaganda política extremamente eficaz que o actual governo tem conduzido, com o apoio da comunicação social, tem contribuído para criar este clima de confiança. Conseguir transformar um défice de 6% numa vitória só poderia ter sido conseguido com o apoio dos media e das estratégias a longo prazo do marketing politico do governo.

Realmente, o governo tem actuado de forma ligeiramente mais à direita, em alguns sectores, o que leva algumas pessoas a confundir políticas sectoriais com a globalidade da governação socialista. O problema é que alguma direita confunde este tipo de argumentos, e quando olha para as lideranças dos partidos, ditos, de direita não conseguem ver alternativas, e por isso preferem uma liderança forte e autoritária, como tem sido a de José Sócrates. O que não quer dizer, obviamente, que seja de direita.

Neste momento, a oposição de direita tem que se afirmar com um projecto alternativo ao que tem sido protagonizado por José Sócrates, sob pena de ser cilindrada em 2009. Os tais que se afirmam de direita, e elogiam o actual Primeiro-ministro por agir em conformidade com politicas de direita, esses e JPH tem toda a razão, andam a arranjar desculpas para votar Sócrates. Mas não vejo a blogosfera dessa forma, pois nos blogues de referencia que consulto e leio com atenção, vejo a mesma opinião do que eu: Muita propaganda, muito má governação, e também uma oposição medíocre. Mas não vejo muita gente a apoiar o actual governo. O que se observa é muita gente com vontade de apoiar um verdadeiro projecto de governação não socialista para este país!

Debate sobre a constituição

No debate da assembleia da Republica sobre os 30 anos sobre a aprovação da constituição da república, o CDS ficou isolado nas críticas a CRP, aprovada em 1976. A verdade é que essa Constituição foi muito mal feita, prova evidente, as sucessivas revisões efectuadas nos últimos 30 anos. Uma lei fundamental do país deve um conjunto de princípios neutros, sem orientação ideológica, que enunciem e orientem a actuação do governo e dos cidadãos. Ora, a CRP, passados 30 anos, ainda mantém as características fundamentais de um socialismo arcaico e limitador das liberdades individuais dos agentes da sociedade portuguesa. Lamento que apenas o CDS tenha criticado os princípios orientadores, ficando o PSD ao lado da esquerda parlamentar. Não fossem as alterações introduzidas nos últimos anos, ainda seríamos um país rumo ao socialismo, as nacionalizações ainda seriam uma realidade e a liberdade de mercado ainda seria uma utopia. Mas ainda existem muitos constrangimentos à liberdade de acção do governo e dos cidadãos, mas parece que apenas o CDS está preocupado com este facto.

Valas comuns no Iraque

Foram descobertas 8 valas comuns no Norte do Iraque, com 1000 corpos de pessoas assassinadas pelo regime de Sadam Hussein. Este facto não é novidade nenhuma para quem tem estado atento às notícias que nos tem chegado do Iraque desde a queda do infame ditador. A verdade é que estas macabras descobertas não tem sido enfatizadas no ocidente, preferindo obviamente dar destaque ao clima de violência que a invasão do Iraque pelos Aliados provocou. A verdade é que o Iraque tinha um regime brutal e criminoso, que os radicais preferem defender a denunciar. Gostava que houvesse em Portugal manifestações em favor das vítimas de Sadam, demonstrado que esses senhores têm repúdio por estes assassinatos. Mas não, os radicais só participam em manifestações contra as democracias e os EUA. O resto, para eles, é apenas consequências do capitalismo selvagem e da política americana para o mundo. No Iraque de Sadam, apesar da esmagadora maioria do armamento ser de origem soviética, desde os Migs, Scuds e outro tipo de armamento, eles preferem atirar para o lado.

Apontamentos

Freitas do Amaral - O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal voltou a brindar-nos com mais uma actuação patética. Que o Governo português defenda os interesses dos cidadãos nacionais que vivem no estrangeiro estamos todos de acordo. Que o ministro defenda que os imigrantes ilegais portugueses sejam defendidos de todas as formas legais possíveis, e que atribua apoio jurídico a estes imigrantes, concordo plenamente. Mas não posso concordar com a atitude patética de deslocar-se ao Canadá, e atacar o governo canadiano por aplicar a lei vigente no seu país. Portugal, também expulsa milhares de ilegais que vivem no nosso país, e espero que o continue a fazer, quando a lei estiver a ser violada. Não podemos tolerar ingerências de governos estrangeiros na aplicação da lei portuguesa. Coisa que Freitas do Amaral parece não aceitar na lei internacional, não se coibindo de tentar intrometer-se nos assuntos de outros governos estrangeiros.

Os amigos do PCP - A União Europeia prepara-se para proibir 30 altos dignitários da Bielorrússia de entrar no seu espaço. Esta é apenas de uma das medidas da UE para punir a última ditadura na Europa, que recorde-se, deu a vitória a Lukashenko por 83%, contra os 6% de Alexandre Milinkevitch, o candidato da oposição. Refira-se que o PCP defendeu os seus congéneres da Bielorrússia contra a investida das "opressoras" democracias ocidentais.

Kadima - Nas eleições israelitas, acabou por vencer o recém criado partido de Ariel Sharon, ganhando o campo da paz, através de Ehud Olmert, o sucessor de Sharon. Destaque positivo ainda para a derrota do Likud de Benjamim Netanyahu, um político que já teve a sua oportunidade e a não aproveitou. Com novas lideranças nos dois campos, e apesar do Hamas, pode ser que seja esta a geração que consiga negociar uma paz justa para os dois lados.

Eleições no PSD – Até agora, tudo parece calmo no partido. Marquês Mendes parece ir correr sozinho, depois de Luís Filipe Menezes anunciar a sua renúncia à candidatura. O incansável Marco António, outro dos putativos candidatos, desistiu também de avançar, provavelmente receoso de não ultrapassar os 5% nas eleições directas. Serão certamente umas eleições que não vão servir para nada e para que tudo fique na mesma. Vamos ter mais dois anos do mesmo, até 2008, quando os verdadeiros candidatos a Primeiro-ministro aparecerem.

Regionalização – Depois de em finais da década de 90, os portugueses terem rejeitado nas urnas uma regionalização que o PS queria impor ao país, agora o Engenheiro Sócrates parece querer regionalizar Portugal às escondidas. A estratégia parece-me óbvia, fazer a dita divisão administrativa e depois aprová-la em referendo. Ou seja, primeiro faz e depois aprova. Como é possível é que estes senhores do PS queiram fazer a regionalização nas nossas costas. Quando existe uma matéria decidida em referendo, é impensável que essa questão seja resolvida sem ser através de um novo referendo. Parece que o PS não concorda com isto.