CM de Braga ao serviço do futebol
2 Comments Published by Nuno Gouveia on terça-feira, julho 10, 2007 at 00:05.O SC de Braga concluiu hoje um negócio sobre a cedência do "naming rigt" do Estádio Municipal de Braga. Não me repugna nada que o clube de Braga tenha realizado um acordo desta natureza. Antes pelo contrário.
Mas uma pessoa, um clube ou uma empresa não deveria poder vender uma coisa que não lhe pertence. O Estádio Municipal de Braga, como o nome indica, é da edilidade municipal, construído com dinheiros públicos. No total foram mais de 100 milhões de euros investidos numa estrutura que, ao que parece, terá sido quase oferecida ao clube local. Não conheço a realidade do contracto efectuado entre o clube e a autarquia, mas conhecendo a natureza das relações entre Mesquita Machado e o SC de Braga, tenho a certeza que este negócio é legal. Mas, eticamente, é lamentável que uma obra que tenha custado ao erário público o valor em causa, sirva para favorecer uma entidade privada. Infelizmente, em Portugal, estes casos não são raros. Os clubes de futebol, na sua totalidade, representam um verdadeiro sorvedouro de dinheiros públicos. A começar na Madeira e a terminar em Lisboa e no Porto.
Legenda da foto: O presidente do CM de Braga (oferece o dinheiro dos contribuintes ao clube), o presidente do SC de Braga (consegue mais um excelente negócio para o clube, na senda do que tem vindo a fazer) e o responsável da AXA Seguros (obtém um contracto inovador em Portugal para a sua empresa)
Mas uma pessoa, um clube ou uma empresa não deveria poder vender uma coisa que não lhe pertence. O Estádio Municipal de Braga, como o nome indica, é da edilidade municipal, construído com dinheiros públicos. No total foram mais de 100 milhões de euros investidos numa estrutura que, ao que parece, terá sido quase oferecida ao clube local. Não conheço a realidade do contracto efectuado entre o clube e a autarquia, mas conhecendo a natureza das relações entre Mesquita Machado e o SC de Braga, tenho a certeza que este negócio é legal. Mas, eticamente, é lamentável que uma obra que tenha custado ao erário público o valor em causa, sirva para favorecer uma entidade privada. Infelizmente, em Portugal, estes casos não são raros. Os clubes de futebol, na sua totalidade, representam um verdadeiro sorvedouro de dinheiros públicos. A começar na Madeira e a terminar em Lisboa e no Porto.
Legenda da foto: O presidente do CM de Braga (oferece o dinheiro dos contribuintes ao clube), o presidente do SC de Braga (consegue mais um excelente negócio para o clube, na senda do que tem vindo a fazer) e o responsável da AXA Seguros (obtém um contracto inovador em Portugal para a sua empresa)
Etiquetas: dinheiros públicos, ligações perigosas futebol-política
Nos termos da lei vigente, o acordo é completamente válido. As questões essenciais são:
1) Haveria alguém disposto a utilizar o Estádio Municipal para dar projecção idêntica à cidade de Braga pelo preço que o SCBraga o faz? Se existe essa alternativa ou se a Câmara sabe como rentabilizar melhor o espaço, óptimo. Se não existe é porque este é o contrato de cedência que melhor serve as duas partes.
2) Não caiamos no erro de Mesquita Machado que sistematicamente utiliza o SC Braga para fazer política e auto-promoção. Se este negócio não necessita do aval da autarquia, a sua presença na cerimónia de hoje não pode deixar de ser entendida como marketing político que se dispensa numa instituição que devia ser apartidária.
Pedro,
É evidente que na cidade de Braga não existe ninguém com capacidade para dar projecção idêntica. E nem sequer há outra estrutura capaz de utilizar o estádio de forma regular. O problema fundamental é ser uma estrutura estatal, construída na integra com dinheiros públicos e que é utilizada, a título gratuito, por uma entidade privada. Mais grave ainda, é que o Clube faz negócios com o estádio, que não é seu. Num negócio como outro qualquer, este seria considerado um contrato leonino entre a CM de Braga e o SC de Braga. Nesta questão, não critico a gestão do clube, que tem sido brilhante nos últimos anos. Mas sempre fui critico das relações de promiscuidade entre o futebol e a política. O meu clube é um bom exemplo, com o triste célebre episódio do apoio de Manuel Vilarinho ao meu partido, numas eleições legislativas recentes.
Sobre a segunda questão que colocas, é evidente que Mesquita Machado se aproveita do maior clube da cidade para fazer política. É assim em todo o lado. Os clubes de futebol, para fazerem negócios com as edilidade municipais, têm que sujeitar-se as estas fotografias de família. Para bem do Clube.