Grave ingerência do Estado
A Assembleia da República aprovou hoje uma nova lei da rádio, que obriga as rádios portuguesas a passarem entre 25% e 40% de música portuguesa nos horários compreendidos entre as 7h00 e as 20h00. A taxa de música será afixada anualmente pelo governo. É grave que o estado imponha a empresas privadas os conteúdos da programação, apenas no critério baseado na nacionalidade da música. Além de impor cotas de música cantada em português, define também que 35% da música terá que ser recente, dos últimos 6 meses (coitadas das rádios que baseiam a sua programação em oldies). A partir desta lei, que espero não seja cumprida como muitas outras, o estado define-se como director de programas das rádios portuguesas, impondo a sua vontade, não baseada em critérios de qualidade, mas de língua. As rádios neste processo não ficam impunes, pois a Associação de Portuguesa de Radiodifusão, representante de uma boa parte das rádios locais portuguesas, apoiou esta iniciativa legislativa, sem ter consultado algumas das suas associadas. A TSF e a Media Capital já se insurgiram contra a nova lei de rádio. A liberdade da programação fica assim condicionada com esta nova lei. Mais uma vez, o estado controlador mete-se onde não é chamado.
Já ouço pouco rádio. Então agora vou começar a ouvir cada vez menos. Concordo que se divulgue a música portuguesa, a cultura portuguesa, o cinema e o teatro nacionais, etc, etc, mas que essa valorização esteja proporcional à qualidade. Faz-se boa música em Portugal, mas será que 25 a 40% não será uma percentagem demasiado elevada para que as emissoras radiofónicas apostem na qualidade das suas emissões? Estou um bocado céptico em relação a isso.
Como já dizia o cego, a ver vamos ...
Já a isto me tinha referido, há cerca de um mês, quando se começou a falar do assunto. É, no mínimo, escandaloso. O post está aqui - http://telaabstracta.blogspot.com/2005/12/msica-portuguesa.html
Só se começarmos a naturalizar boas bandas!!!! caso contrario a nossa rádio vai ser do pior!