Apesar de ter votado em Luís Filipe Menezes, não me coíbo de divergir de algumas das novas orientações do PSD. As discordâncias não vêm de agora, e apesar de não as ter manifestado no período eleitoral, é tempo de as enumerar.
A visão esquerdista enunciada por LFM não é condizente com o seu discurso liberal, defendido ao longo da campanha eleitoral, nomeadamente para sectores vitais como a reforma da segurança social, da saúde e da educação. Nestas áreas, LFM tem defendido políticas claramente liberais, mas continua a dizer que é de centro esquerda. A verdade é que LFM sempre o defendeu, mas tem ao seu lado a corrente mais à direita do partido. Espero que seja líder de acordo com estas ideias e não tente ultrapassar o PS pela esquerda. Seria um erro trágico para o PSD.
A regionalização é algo que está nos genes do PPD. Mas esteve afastada deste PSD. Neste aspecto, discordo completamente da posição adoptada por LFM de levantar esta questão nesta altura. Sabendo que o PS está desejoso por implementar a regionalização, seria lamentável que tal acontecesse sem passar por um novo referendo e com o PSD de acordo. Espero uma posição responsável de LFM neste tema, apesar das diatribes de Mendes Bota.
Sobre a Europa, considero fundamental que o PSD não seja um entrave ao processo de acordo do mini tratado. Mas seria um erro imperdoável não ouvir os portugueses sobre este passo essencial para o futuro da União Europeia. O PS quer passar à frente da opinião dos portugueses. Espero que o PSD não o escolte neste trilho tortuoso.
Em matéria de impostos, LFM defendeu ao longo da campanha eleitoral uma postura que parecia ir de encontro às posições assumidas pelo Governo. Portugal tem uma carga fiscal elevadíssima, razão apenas pela qual o governo tem obtido sucesso no controlo do défice. È fundamental descer impostos para libertar os portugueses deste verdadeiro pesadelo fiscal. Aguardo ansiosamente que seja o PSD o motor deste abatimento de impostos.
Etiquetas: direita, divergências, PSD
0 Responses to “Discordâncias”