Virtualidades


trivialidades

Bom fim de semana!!!


sociedade & vida

Os pacifistas do costume II
No post anterior, comentei a manifestação violenta perpetrada pela extrema esquerda em Lisboa. E referi que estas atitudes violentas costumam ser "diminuídas" por algumas pessoas. Daniel Oliveira já tinha escrito um post condescendente para os manifestantes, alertando para o perigo da violência policial sobre estes manifestantes pacifistas. Segundo Daniel Oliveira, as explicações da polícia não o satisfazem. Claro que se tivessem agredido alguns manifestantes, com cocktails molotov, barras de ferro e latas de tinta, mas se fossem de extrema direita, não tinha escrito um post intitulado "Esperar para saber".

Foto de um preso da manifestação "pacifista" publicada pelo JN

sociedade & vida

Os pacifistas do costume
Hoje o Público tem uma reportagem sobre a alegada violência exercida pela PSP contra uma manifestação da extrema esquerda portuguesa. Manifestação pacifista, dizem eles. No decorrer deste evento, foram presos 11 "pacifistas", de certeza por bom comportamento, e apreendidas diversas barras de ferro, cocktail Molotovs e outras peças idênticas. E de certeza que não procuraram por drogas, pois estes "pacifistas" não passam sem elas. No decurso da dita manifestação foram partindo montras, sujando com tinta as mesmas e fazendo graffiti em várias paredes.
Este tipo de comportamento da extrema esquerda, certamente não causará espanto em muitos de nós, que alertamos para o perigo dos movimentos extremistas na sociedade portuguesa, sejam eles de direita ou de esquerda. Há, claro, alguns que preferem dizer que só a extrema direita é perigosa. Tapam os olhos a estes comportamentos inadmissíveis. A "racaille" da sociedade portuguesa está nos extremos...

política à portuguesa

O teste da credibilidade
Marques Mendes tem tido bastantes dificuldades na liderança do PSD. Mas até ao momento, tem estado na linha da frente na luta pela transparência e credibilidade na política. Teve enorme coragem política em 2005, quando optou por retirar o apoio a Isaltino Morais e Valentim Loureiro. Agora, a confirmarem-se as noticias, terá que optar por eleições intercalares em Lisboa. Carmona Rodrigues já demonstrou que não tem grande apetência para o cargo, e se é arguído neste processo, nada lhe resta senão ir embora. Por vontade própria ou "obrigado" pelo PSD.

política à portuguesa

O exemplo da ética
Segundo o nosso Primeiro Ministro, Joaquim Pina Moura é um exemplo de respeito pelos princípios éticos na política. Para o PM, é ético ter sido Ministro da Economia e ter defendido os interesses da Iberdrola durante o seu mandato, e depois, mal se apanhar fora do governo, ir para presidente da Iberdrola Portugal. E claro, ter continuado a exercer o papel de deputado.
A longa carreira de Pina Moura, iniciada como delfim de Álvaro Cunhal no PCP, não se esgota agora. Segundo ele próprio afirmou, vai para a Prisa, para prosseguir um projecto político. E continuará a ser útil ao PS, como este lhe foi útil na sua carreira empresarial.
Se o PM considera que Pina Moura é um exemplo de ética, ninguém se pode admirar. Afinal, quem andou anos a responder a um título que não era seu, não tem autoridade moral para falar de ética.

política à portuguesa

25 de Abril
Uma data histórica que nos livrou do jugo do Estado Novo. Um dia a ficar na memória eterna dos portugueses. Quem não entende isto, talvez não mereça viver em democracia.

mundo em movimento

R.I.P
Faleceu ontem o primeiro Presidente da Rússia, Boris Yelstin. Na verdade, esta grande figura do século XX, já tinha desaparecido da nossa memória no final da década de 90. Depois de ter sido fundamental para o término do totalitarismo soviético, foi também responsável pelo caos democrático que a Rússia passou, pela desastrosa guerra na Chechenia e ainda pela ascensão de oligarquia que neste momento governa a Rússia.Mas não é por estes erros que ele vai ficar na história. Vai ficar na história pelo seu papel na luta pela democracia na Rússia.
Bem haja Yeltsin. Paz à sua alma!!!

mundo em movimento

Sarko Vs Sego
As noticias vindas de França são bastante positivas. Le Pen terá obtido apenas 11%, Sarkozy venceu a primeira volta, e vai ter como opositora Ségolène Royal na segunda volta. Com uma abstenção muito reduzida, parece que os Franceses foram votar para derrotar Le Pen.

política à portuguesa

A Disputa pelo poder no CDS

Paulo Portas venceu claramente as eleições directas no CDS, acabando com a contenda no partido. Depois de semanas terríveis para a credibilidade do governo, o regresso de Paulo Portas é uma má noticia para José Sócrates. A oposição ganha força e, acima de tudo, um líder que saberá enfrentar o Primeiro Ministro. Gostei da reacção de serenidade dos vencedores. Espero que o CDS não tenha mais cisões e que consiga crescer, conforme Paulo Portas sustenta.
O PSD será um partido mais forte se tiver um parceiro sério à sua direita. Se as coisas correram mal no último governo do PSD, a culpa não foi do parceiro de coligação. Para chegar ao poder em 2009, muito terá que mudar no partido, e se calhar, de liderança.

era digital

Era dourada da TV americana
O suplemento Ipsilon, do Público, tem hoje uma interessante reportagem sobre o momento brilhante que atravessa a televisão americana. Depois de anos e anos a exportar e importar o lixo televisivo dos Reality Shows, a televisão americana impõe-se na actualidade com grandes séries de inegável valor artístico. Séries como o Lost, 24 ou Grey´s Anatomy não são apenas uma mera continuação das outras grandes séries dos anos 70 e 80. É uma nova forma de fazer televisão, com uma enorme intensidade criativa latente em todos os momentos. Não é o mero espectáculo de acção ou de drama que impõem, mas verdadeiros momentos que se transformam em realidade introspectiva para os espectadores. Nos Estados Unidos, Grey's Anatomy tem audiência média de 25 milhões de pessoas e Lost cerca de 20 milhões. Isto sem contar os episódios comprados no iTunes ou noutras plataformas digitais, e na pirataria, obviamente. Em Portugal, ainda vão tendo sucesso as novelas horríveis ou os reality shows miseráveis. Será sina da nossa cultura?

mundo em movimento

Caras bonitas não ganham eleições


Ségolèle Royal é uma mulher bonita e atraente. Há um ano, quando começou a ganhar forma a sua candidatura, apareceu como uma política da nova geração da esquerda europeia, na linha de Tony Blair. Na altura, pensou-se que Royal poderia fazer a ruptura que o PSF necessitava. Apesar de ser uma política com uma longa carreira, era uma quase desconhecida para os franceses.
Mas a sua campanha eleitoral foi uma grande desilusão, mostrando que a condição de mulher bonita será talvez o seu grande atributo nesta campanha. Revelou ser uma política medíocre, que concorre para manter o status quo que provocou o declínio da França. Provavelmente irá passar à segunda volta, mas não acredito que vá chegar ao Eliseu. Se vencer as eleições, a França irá continuar no longo caminho da agonia económica e social. E isso é mau para toda a Europa.

mundo em movimento

O massacre do Virgínia Tech
Foi uma infelicidade miserável o que aconteceu nos Estados Unidos. É sempre triste quando um louco assassina 33 inocentes. A barbárie selvagem deste acto resume-se a isso mesmo. Nestes últimos dois dias não vi televisão, mas pelo que pude acompanhar pela blogosfera, logo os Costa Ribas e outros miseráveis de serviço, declararam que a culpa é da sociedade americana e claro, do Bush. Quando um tresloucado decide cometer um acto de loucura, a culpa é dele. Se em Portugal há muitos pedófilos a culpa será também da sociedade portuguesa? Se há muitos corruptos, a culpa é da sociedade portuguesa? E relembro que actos destes não são únicos dos Estados Unidos, apenas têm mais visibilidade mediática. Há alguns anos, na Escócia, um louco entrou numa escola e assassinou mais de uma dezena de miúdos.

Dito isto: há dois aspectos dos quais discordo profundamente da sociedade americana: a pena de morte e a política de controlo de armas. Neste último item, considero o Partido Republicano e a NRA, como maiores culpados pela forma como o negócio das armas prolifera nos Estados Unidos. Rudolph Giuliani é voz divergente no GOP sobre esta matéria, defendendo o controlo na venda de armas aos cidadãos.

política à portuguesa

A new sick man of Europe
Ao ler o artigo sobre Portugal da edição desta semana da The Economist, não pude deixar de me lamentar da minha triste condição de português. Com o tema do nacionalismo em voga, estes são os tempos para termos vergonha de Portugal. Este século não começa melhor que o século passado. Há 100 anos, estávamos a atravessar a última crise da monarquia, e João Franco lutava para manter os republicanos fora do poder. O país estava em grave crise política e financeira, e os portugueses estavam na miséria. Passados 20 anos das trapalhices da 1ª República, de 50 anos de ditadura conservadora saloia e 30 anos de democracia parlamentar, o país enfrenta igualmente o atraso estrutural em relação aos países desenvolvidos. Com as devidas diferenças, continuamos a ser os "tristes" da Europa. E não posso perspectivar que a situação vá mudar nos próximos anos.

Este artigo do The Economist resume-se bem nesta passagem:
"LOOK at any table of European economic data and Portugal stands out. GDP growth last year, at 1.3%, was the lowest not just in the European Union but in all of Europe. Since 2000 the Czech Republic, Greece, Malta and Slovenia have all overtaken Portugal in terms of GDP per head. And Portuguese GDP per head has fallen from just over 80% of the EU 25 average in 1999 to just over 70% last year."

política à portuguesa

A disputa pelo poder no CDS
Estive há pouco a ver uma entrevista do ainda líder do CDS, Ribeiro e Casto, na RTPN. Juntando as suas declarações de ontem num comício da campanha, percebe-se claramente que o dirigente centrista está de cabeça perdida. Nesta entrevista, não falou uma única ideia para o país ou para o partido. Centrou-se num ataque cerrado contra Paulo Portas durante toda a entrevista. Nota-se que é um homem vencido, que apenas fala mal do outro candidato. Sabe-se que esta não é melhor estratégia para vencer umas eleições. Em vez de se concentrar no seu projecto, focalizou a sua campanha no ataque ao adversário.

mundo em movimento

Nicolas Sarkozy... Presidente da França

Descendente de pai hungáro que fugiu do comunismo, representante de uma direita atlântica e liberal e membro da nova geração da política francesa, Nicolas Sarkozy pode bem ser o sinal de uma nova esperança para a França e para a Europa. Até ao momento, tem liderado em todas as sondagens as intenções de voto. A única dúvida neste momento estará em saber quem o vai acompanhar na segunda volta. Ségolène Royal, Francois Bayrou ou até mesmo Le Pen? Neste momento, tudo aponta para a candidata socialista, mas depois de 2002, ninguém poderá ter certezas.

artes & espectáculos

Kings of Leon - On Call
O terceiro álbum de originais, "Because of the Times", atingiu esta semana o primeiro lugar no Reino Unido. Um regresso em força destes americanos de Nashville.

política à portuguesa

Se fosse o Sampaio...
Cavaco Silva desvalorizou o episódio da pretensa licenciatura do Sr. José Sócrates. E fez bem, pois não estão criadas condições para criar qualquer instabilidade política. Ainda.
Mas o que teria feito Jorge Sampaio, se fosse ele o Presidente da República? Teria convocado ao palácio de Belém os directores da SIC, RR e Expresso, como fez no caso das alegadas pressões sobre Marcelo Rebelo de Sousa por parte de Rui Gomes da Silva? Teria demitido o PM por falta de condições políticas para governar? São perguntas que ficam...

trivialidades

Humor com o PM

Daniel Oliveira brindou-nos com esta excelente peça de humor. Brilhante!!!

política à portuguesa

Afinal...
José Sócrates anda a brincar com os portugueses. Depois das dúvidas todas suscitadas pelo seu currículo académico, do qual o PM afirma ter orgulho, surge outra novidade. O Engenheiro Técnico José Sócrates foi aluno durante três anos do curso de Direito da Universidade Lusíada. Ele teve a oportunidade para informar os portugueses deste facto, mas preferiu que fosse um jornal, neste caso o SOL, a revelar a noticia. Definitivamente, o PM parece ter perdido o sentido de orientação estratégica que norteou os primeiros dois anos de Governo.

política à portuguesa

Ainda sobre a entrevista/declaração/monólogo

O Primeiro-ministro declarou que não fez a licenciatura em engenharia para obter qualquer espécie de vantagem no que à sua carreira política diga respeito (coisa que, se tivesse feito, não me parece que tenha mal nenhum). Pouco depois, declarou que nunca pretendeu exercer engenharia, razão pela qual não equacionou sequer fazer-se examinar pela respectiva Ordem profissional. Se bem percebo, de tudo isto se retira que José Sócrates bem podia ter-se licenciado em tapeçaria de Arraiolos. Já que não era para coisa nenhuma…

Laura Abreu Cravo, in 31 da Armada

José Sócrates quando é entrevistado escolhe meticulosamente as palavras para ocultar a verdade sem que possa ser acusado de mentir. Por exemplo, quando lhe perguntaram quando tinha conhecido António José Morais respondeu que o tinha conhecido quando ele lhe deu aulas. Quando ele deu esta resposta estavamos todos convencidos que António José Morais tinha sido professor de Sócrates num único ano lectivo e na Independente. Só que pelos vistos António José Morais já tinha dado aulas a Sócrates no ISEL. Ou seja, a resposta de Sócrates dava a entender que tinha conhecido António José Morais na Independente quando na realidade isso aconteceu no ISEL.

João Miranda, in Blasfémias

A partir de agora existe uma versão oficial, sem intermediários, narrada pelo próprio José Sócrates. Naturalmente, qualquer discrepância que possa vir a ser detectada terá um impacto político muito maior, na medida em que afectará a versão que José Sócrates, ele próprio, veiculou. A partir de agora, sim, é a doer nos 3C.

Paulo Gorjão, in Bloguítica

política à portuguesa

Bon Voyage Camarada Odete...
Em Portugal, na hora da despedida, todas as pessoas são consideradas pelos seus aspectos positivos, relegando para segundo plano as divergências ou os azedumes. Se na hora da morte, este comportamento é perfeitamente compreensível e até desejado, nas despedidas de situações de vida, esta atitude só pode ser hipocrisia.
A Odete Santos, por muito valor pessoal e profissional que pode ter (e eu não o nego), sempre foi uma pessoa que gerou polémica pela sua ortodoxia comunista e pelas posições radicais que defende. Eu não fico com saudades da deputada Odete Santos.

Pérolas de um pensamento arcaico, hoje no DN:

" As utopias de hoje são as realidades de amanhã. O comunismo é muito melhor porque cria riqueza por todos e para todos. "

"O comunismo é um sistema muito avançado, que até hoje nunca existiu e demorará muitos anos a realizar. Existiram, isso sim, algumas formas de sociedade socialista."

"Dos governos provisórios foi Vasco Gonçalves. Dos governos constitucionais, apostaria na Maria de Lurdes Pintasilgo, que teve algumas medidas positivas na área social."

"Há até pessoas casadas com militantes de outros partidos. Acho isso muito complicado. Comigo não seria possível."

política à portuguesa

A entrevista
Não se pode dizer que tenha ficado desiludido com a entrevista do Primeiro Ministro. Estava à espera de uma entrevista onde José Sócrates aparecia como vitima de uma campanha orquestrada, cheia de insinuações e calúnias. O PM não respondeu às dúvidas legitimas, e parece-me que o assunto nunca ficará esclarecido. Não acreditando que o assunto vá morrer por aqui, parece-me no entanto que a credibilidade do Primeiro Ministro ficou ferida de morte. E mais, algumas respostas foram claramente insuficientes, como a razão da escolha da Universidade Independente (prestigio em 1995?, por ser perto do ISEL? regime pós laboral?), o seu desconhecimento em relação ao professor, as trapalhadas do certificado de habilitações do ISEL, o Inglês Técnico leccionado pelo Reitor Luís Arouca, etc...
José Sócrates também não respondeu de forma convincente sobre a verdadeira razão de ter usado de forma ilegítima o titulo de Engenheiro, pois a teoria da cortesia social não satisfaz.

A partir deste momento temos um Primeiro Ministro cuja credibilidade deixa muito a desejar. E é pena que assim o seja, pois Portugal merecia melhores políticos. Infelizmente, há muitos anos que vivemos no pântano.

Se este caso se tivesse passado com Santana Lopes, há muito tínhamos eleições marcadas...

política à portuguesa

A Lei do Aborto
O Presidente da República promulgou a Lei do Aborto. E fez muito bem, porque simplesmente não tinha outra alternativa. Apesar de não concordar com o teor da lei e de ter enviado sugestões à Assembleia da República, o PR respeitou integralmente os resultados do referendo do dia 11 de Fevereiro. Não entendo algumas criticas que lhe fazem. O Sim venceu de forma categórica, e Cavaco apenas fez o que lhe competia, seguindo a vontade dos portugueses. Quem queria que ele vetasse a lei, ou que a enviasse para o Tribunal Constitucional, parece não conviver bem com a democracia.

política à portuguesa

As conversas em família
Depois de um mês sob fogo, devido as inexactidões do seu currículo académico, José Sócrates vai hoje à RTP justificar-se perante o país. Acredito que este caso nunca ficará esclarecido, e que o PM viu a sua imagem arrastada pela lama. A forma como tem gerido o silêncio não abona em seu favor. A gestão de crises em comunicação ensina que deve-se falar a verdade e responder às criticas de forma frontal quando elas surgem. Esperar um mês para responder a este caso demonstra que José Sócrates não estava seguro nesta matéria. Agora é esperar para ouvir o que ele tem a dizer ao país. Mas temo que vá colocar-se no papel de vítima, sem responder verdadeiramente às acusações. E dá sempre jeito ter uma televisão subserviente para questioná-lo.

era digital

Condenado por dizer a verdade
Soubemos ontem que o Jornal Público foi condenado em indemnizar o Sporting em 75 mil euros, num caso em que a verdade da noticia foi considerada irrelevante. Em causa, estaria, o bom nome da instituição.
Esta noticia envergonha os tribunais portugueses. Se este caso fizesse jurisprudência (o que não acredito), a partir daqui só teríamos noticias que abordassem os aspectos positivos da sociedade e das instituições. A liberdade de imprensa estaria ameaçada!

política à portuguesa

Hábitos que não se perdem...
Via Abrupto, fiquei a saber que no currículo de José Sócrates já constava o titulo de licenciado em Engenharia Civil, mesmo antes de ter frequentado a Universidade Independente. O hábito de enganar as pessoas não é de agora...

Vejam o que estava publicado na edição de 1994 sobre a Classe Política Portuguesa.




mundo em movimento

Em França...
Começa hoje a campanha eleitoral para a primeira volta das eleições presidenciais francesas, que se disputam a 22 de Abril. Nicolas Sarkosy parte com vantagem em todas as sondagens. A dúvida, neste momento, está em saber quem vai acompanhá-lo na segunda volta: Ségolène Royal ou Francois Bayrou. O candidato centrista tem perdido algum fulgor nas ultimas semanas, mas Royal também está em queda. Mas depois da surpresa das sondagens em 2002, tudo é possível. Nicolas Sarkosy representa uma nova esperança para a França e também para a Europa, depois de anos de gaulismo e de socialismo. Uma França mais liberal, mais atlântica e mais virada para o futuro. É isto que Sarkosy pode oferecer.

política à portuguesa

As explicações
No espaço mediático, tudo começou no passado dia 22 de Março no Jornal Público. Passado quase um mês, o Primeiro Ministro, vai finalmente vai falar país.
Depois de ter tentado silenciar a comunicação social, o PM sente-se obrigado a dar explicações públicas. Mas, segundo avançam os jornais, não vai dar explicações nenhumas. Apenas vai mostrar diplomas (o que não acrescenta nada) e vai atacar a "infame" campanha de calúnias de quem tem sido alvo. Se for este o caso, mais vale estar calado.
Aguardo com alguma expectativa sobre o que o PM vai dizer sobre as noticias que levantam, justamente, dúvidas sobre o seu currículo académico. E relembre-se, que o seu currículo oficial já foi alterado duas vezes depois desta polémica surgir.

política à portuguesa

Varadas...
Sempre que o nome de Armando Vara surge, ficamos logo a saber que atrás dele vem trapalhada. A amizade que tem com o Sr. José Sócrates explica muita coisa, especialmente a sua nomeação para Administrador da CGD. A Armando Vara não lhe são reconhecidas nenhumas habilitações especiais para ter desempenhado tão altos cargos que constam no seu currículo, exceptuando algumas amizades. E claro, também tirou o curso na Universidade Independente.


política à portuguesa

A autismo do Primeiro Ministro
Os factos continuam a suceder-se em catadupa e o Primeiro Ministro não sente necessidade em dar repostas às dúvidas em relação ao seu currículo. Incrível como a sociedade portuguesa não tem revelado incómodo pelo facto de ter um Primeiro Ministro com um currículo tão duvidoso. Numa democracia moderna, os políticos têm de estar acima de qualquer suspeita. Infelizmente, em Portugal sabemos que isso não sucede.

O jornal Público afirma hoje que em 1996 não houve nenhum diplomado em Engenharia Civil pela Universidade Independente. José Sócrates, que tão bem tem gerido a sua imagem pública, deveria saber que em gestão de crise, o mais correcto é falar rapidamente à imprensa. Antes, ele terá usado a estratégia de tentar silenciar os media através de pressões. Como isso não resultou, deverá explicar-se. Se verificar-se que mentiu, ocultou ou foi conivente com uma situação menos clara no término da sua licenciatura, deverá demitir-se.
Não aceito que o meu país tenha um Primeiro Ministro que falsificou a sua licenciatura.

trivialidades

Piadas Independentes
Se eu tivesse mentido no meu currículo, certamente seria despedido. Se tivesse colocado pós graduações que não fiz, seria despedido. Se dissesse que era engenheiro civil, mas afinal fosse apenas licenciado, seria despedido.

política à portuguesa

O caso dos Assessores
Anda por aí muita boa gente a dizer disparates em relação ao trabalho dos assessores do Primeiro-ministro. Parece que só agora descobriram que um gabinete de Assessoria de Imprensa não se limita a redigir press releases ou "media monitoring". É óbvio que fazem telefonemas para jornalistas, para tentar influenciar as noticias e a controlar os "danos negativos" causados pelos media. A notícia do Expresso apenas tem como mérito revelar pormenores que normalmente ficam nos gabinetes, mas que todos têm conhecimento. A sinistra ERC, que parece ser uma espécie de "censura" dos novos tempos, também assumiu o seu espanto e quer ouvir os intervenientes neste caso.
Mais uma vez reafirmo. O grave não é os assessores ou o PM telefonar para jornalistas para tentar condicionar o trabalho deles. O grave é que estes telefonemas ternham o efeito desejado. O lamentável desta história é verificar que uma boa parte dos media portugueses são permeáveis a estas pressões.

política à portuguesa

Economista Poeta

Nicolau Santos, Director Adjunto do Expresso, escreveu um artigo no seu blogue, no dia 22 de Março, a atacar o Público e o seu director em particular, pela notícia sobre a licenciatura de José Sócrates. Nesse texto lança suspeitas às motivações do Público e ataca a suposta falta de credibilidade do jornal, terminando com "este jornalismo não honra o seu primeiro director, Vicente Jorge Silva, nem todos aqueles que de algum modo contribuíram para fazer do 'Público' um jornal de referência."

No passado fim-de-semana o jornal do qual Nicolau Santos é Director Adjunto chamou à primeira página a mesma noticia que o Público tinha publicado. Ao que parece, José Manuel Fernandes escreveu um editorial sobre o assunto (que eu não li). O paladino do jornalismo sério e de referência, afinal demonstrou que a honestidade intelectual não deve ser o seu forte. Não se retratou perante o que tinha dito da notícia do Público, não admitiu nem sequer um pouco de vergonha pelo que tinha escrito no dia 22 de Março, como ainda escreveu um artigo lamentável no mesmo blogue. Até podia ter ficado ofendido pelo editorial, mas deveria ter-se retratado pelo que escreveu antes. E se continua a pensar que fazer investigação ao passado académico do Primeiro-ministro é jornalismo "rasca", então já não devia estar no Expresso. Não acredito que queira continuar a trabalhar num jornal que pratica esse tipo de jornalismo, como diria o Ministro da Propaganda, "jornalismo de sarjeta".

mundo em movimento

Socialismo no século XXI
Hugo Chavez continua na procura do "homem novo". A imposição de uma lei seca para as férias da Páscoa é mais um passo nesse sentido.

Segundo o Ministro responsável, «os que protestam pela implementação da Lei Seca são os mesmos de sempre, a Associação das Casas de Bebidas e os comerciantes, o bendito capitalismo que temos incrustado na alma. Mas o povo está tranquilo, acolheu a decisão»

Hugo Chavez é de facto uma personalidade estranha neste inicio do século XXI. Neste momento está a instaurar uma ditadura na Venezuela, com o apoio significativo de uma certa esquerda ocidental. Aqueles que o aplaudem deviam corar de vergonha.

política à portuguesa

As pressões do governo
O fim de semana foi pródigo em noticias sobre a relação existente entre o gabinete de José Sócrates e os meios de comunicação social. A noticia do Expresso sobre os telefonemas dos assessores do PM para directores de jornais e a chamada feita pelo próprio PM para o Director da Sic Noticias, demonstram bem o país em que vivemos. A mim não me espanta que haja pressões dos assessores e mesmo do próprio Primeiro Ministro, pois apenas estão a defender o seu ponto de vista. É esse o seu trabalho. Mas o que me assusta é que estas pressões surtam efeito, conforme vimos no caso da Licenciatura de José Sócrates. Quando o Público publicou a reportagem, apenas a Rádio Renascença fez eco da noticia. As televisões mantiveram-se caladas, e pelo que sei, não houve ainda nenhuma noticia deste caso na RTP. O que significa que o trabalho do Gabinete do Primeiro Ministro tem tido algum sucesso: de calar a comunicação social ou parte dela. Não voltasse esta semana o Expresso ao tema, e não teríamos mais novidades sobre este caso. E, de facto, interessa saber se a licenciatura de Sócrates foi obtida de forma legitima ou não.



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