Fosse o regime do Sr. Omar al-Bashir suportado pelos Estados Unidos e já teríamos assistido à revolta das populações nas ruas, os governos ocidentais clamariam por infâmia e algo já teria sido feito. Infelizmente, os dois únicos países que poderiam intervir nesta matéria estão de mãos amarradas. A Inglaterra e os Estados Unidos não têm condições neste momento para impor uma solução militar para o Darfur. Não obstante de serem dos poucos países a lutar por uma actuação no quadro das Nações Unidas, o que tem sido bloqueado pela China e por outros países africanos.
Mas se o ocidente se unir, se considerar esta uma causa nobre, e organizar eventos folclóricos, tipo Live 8 ou o recente Live Earth, até pode ser que os governos ocidentais decidam em conjunto parar com a matança no Sudão. Mas temo que “pretinhos” a serem assassinados não seja motivo suficiente para criar esta revolta. Daqui a uns anos choram umas lágrimas quando estrear um novo “Hotel Rwanda” e as consciências ficarão tranquilas.
Hoje, o PCP e a CGTP decidiram marcar mais uma greve geral contra as políticas do governo. Claro que os grandes prejudicados desta greve são as pessoas que trabalham: as que foram trabalhar e que se deparam com problemas nos transportes públicos e tiveram que suportar longas filas, e os próprios grevistas, que perdem um dia de salário. O governo, até porque a greve não terá a adesão desejada, sai reforçado deste dia. Se apenas um grupo minoritário fez greve, o PM poderá dizer que as políticas do governo têm o apoio dos portugueses.
E o PCP e a CGTP que ganham com esta greve? Pouco ou nada. Apenas demonstram que estão vivos, mas sem a força do passado. A fraca adesão desta greve é um bom sinal para a sociedade portuguesa. Lentamente, está a libertar-se das amarras dos comunistas.
Eu também posso concordar que a questão da construção de um novo aeroporto é uma questão nacional, que não se resume a Lisboa. Mas esta decisão afectará bastante a vida dos lisboetas e por isso merece ser um tema nestas eleições. António Costa, o já denominado candidato da OTA, sabe bem que esta ideia não é popular em Lisboa. Mas criticar Negrão por trazer este assunto para a campanha eleitoral é surreal.
Façamos um breve exercício. Imaginemos que o governo era do PSD e o professor em causa era militante e ex. deputado do PS /PCP / BE. O que teria acontecido já neste caso?
A argumentação utilizada pelos socialistas demonstra desespero por verificarem que começa a existir um consenso nacional contra a construção do Aeroporto da OTA
Os socialistas andam loucos
Depois das barbaridades expostas por um Ministro, agora é a vez de Almeida Santos expor a sua ignorância em público.
Segundo o Presidente do PS, "um aeroporto na margem sul tem um defeito: precisa de pontes. Suponham que uma ponte é dinamitada? Quem quiser criar um grande problema em Portugal, em termos de aviação internacional, desliga o norte do sul do país".
Depois da enormidade dos argumentos utilizados pelo Partido Socialista, agora é a vez da cartada antiterrorista. Será que eles vão mesmo avançar com este projecto megalómano, que irá prejudicar de forma inaceitável o interesse nacional? Com o recurso a uma argumentação que começa a “roçar” o ridículo, pode ser que as pessoas acordem...
Desprezo
Este governo anda a brincar com os cidadãos. As afirmações do Ministro Mário Lino são de um desprezo total e de uma irresponsabilidade raramente vista na nossa democracia.
Um Ministro da República Portuguesa que diz “fazer um aeroporto na margem Sul seria um projecto megalómano e faraónico, porque, além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas” será que merece o cargo que ocupa? Será que tem dignidade suficiente para representar os portugueses num órgão de soberania? Se ele continuar em funções depois desta barbaridade, sabemos que respeito o Primeiro Ministro tem pelos portugueses, e principalmente, pelas gentes que vivem na Margem Sul de Lisboa.
A opção dos lisboetas também versará sobre a questão do NAL (Novo Aeroporto de Lisboa). Indiscutivelmente, a desintegração do Aeroporto da Portela será má para a cidade de Lisboa e esta perderá uma das suas vantagens competitivas em relação a outras capitais europeias. Lisboa ganha por ter um aeroporto dentro da cidade. A opção por construir um novo aeroporto de raiz, longe de Lisboa, seja na OTA ou no Rio Frio, será prejudicial à cidade, e obrigatoriamente, ao país. A opção mais barata, mais cómoda e mais eficaz será a construção de um novo aeroporto, de menor dimensão, para transportadoras low cost.
Também será sobre a OTA que os lisboetas se vão pronunciar no próximo dia 15 de Julho. E aqui, já sabemos que existe o candidato da OTA, António Costa. A dúvida será saber se os lisboetas vão sancionar um candidato que defende um projecto que será extremamente negativo para Lisboa.
Adenda:
Faltou-me referir os candidatos Paulo Trancoso, do MPT e Gonçalo da Câmara Pereira, do PPM. Candidatos não faltam em Lisboa. Será que vai have eleitores?
Já todos sabíamos que o Tribunal Constitucional é uma instituição com forte pendor político. No entanto sempre se “compensou” esse factor com a nomeação de juristas altamente qualificados.
Actualmente nota-se um decréscimo nesse grau de exigência.
Nem me vou pronunciar sobre as trocas entre cônjuges. Mas com o último episodio protagonizado por Rui Pereira é a publicitação (e a confirmação) de todo este jogo político. Não fica nada bem, nem ao Governo, nem a Rui Pereira e muito menos ao Tribunal Constitucional.
A FENPROF, a propósito das provas de aferição aos 4º e 6º anos, "criticou hoje a realização das provas de aferição nos 4º e 6º anos, considerando que a intenção do Ministério da Educação é responsabilizar as escolas e os docentes pelos resultados dos alunos."
Ora, o que o sindicato pretende é que ninguém seja responsabilizado. Se os alunos não apreendem a matéria leccionada nas salas de aula, a culpa terá que morrer solteira. Já estamos habituados a atitudes destas dos sindicatos, que apenas pretendem criar um clima de desresponsabilização na sociedade portuguesa, não criando condições para aumentar a exigência e os padrões de qualidade que o ensino português necessita urgentemente. Ou então, a culpa será sempre da falta de investimento, o que até nem é o caso. Portugal investe demasiado em Educação para os resultados que obtém.
Há anos que andamos a falar do mau estado do ensino em Portugal, mas quando surge alguém com vontade e com políticas para alterar o status quo, surgem sempre os sindicatos a esbater e criar obstáculos aos ventos da mudança. Assim é difícil!
Sobre este tema:
Excelente Post de Gabriel Silva, no Blasfémias
Hugo Chavez decidiu fechar a RCTV, a única estação televisiva independente da Venezuela. Para quem ainda tem dúvidas da opção ditatorial de Chavez, começa a ficar sem argumentos para defender este aprendiz de Fidel Castro. Será que Mário Soares ainda olha com respeito e admiração para o líder venezuelano?
O caso da suspensão de um professor no Norte do País pela DREN é um caso sintomático do momento grave que estamos a ultrapassar. Suspender alguém apenas porque teve um comentário negativo em relação ao Sr. Primeiro Ministro é verdadeiramente vergonhoso. Que a senhora directora regional seja uma "girl" nomeada para o cargo, provavelmente sem competência para exercê-lo é uma coisa que, infelizmente, já aprendemos a lidar. Agora tomar atitudes persecutórias em relação a comentários jocosos, que, aliás, são comuns na sociedade livre em que vivemos, é uma atitude ditatorial que não pode ser tolerada em democracia. Aguardo com serenidade o desfecho deste caso, mas tenho receio que se a moda vingar, acabará a liberdade de expressão dentro da função pública. Será que estes senhores querem voltar ao tempo em que os funcionários públicos juravam lealdade ao chefe?
Daniel Oliveira insurge-se no Arrastão contra os critérios televisivos. Ontem os telejornais abriram com a encenação de Paulo Portas para apresentar o seu candidato à Câmara Municipal de Lisboa. Eu concordo em parte com Daniel Oliveira, pois o CDS não é propriamente um partido com grande expressão para ter tal cobertura mediática. O CDS representará, na melhor das hipóteses, cerca de 8% do eleitorado português. Mas Daniel Oliveira esquece-se da exposição mediática que o Bloco de Esquerda obteve quando ainda nem sequer tinha representação parlamentar, ou então quando valia os 3% que o actual CDS vale nas sondagens.
Daniel Oliveira, que conhece muito bem o mundo da comunicação social, não devia reagir tão mal quando as coisas não lhe são favoráveis. Paulo Portas montou um espectáculo mediático e as televisões foram atrás. Daniel Oliveira, pelo que tenho conhecimento, já foi responsável pela comunicação do Bloco de Esquerda. E estará de parabéns, pois no passado, também o Bloco de Esquerda conseguiu obter mais visibilidade nos media que penetração na sociedade portuguesa.
Etiquetas: Bloco de Esquerda, CDS, media
Os ataques ao PSD têm de ser vistos à luz da actual situação política do país. Paulo Portas sabe que tem de distanciar-se dos anos em que foi parceiro de coligação do PSD. Para os portugueses, os mandatos de Durão Barroso e Santana Lopes são encarados como anos negros. Ora, se Portas quer aparecer como um homem novo, tem de atacar Durão e o PSD. A ver vamos se a estratégia vai correr bem. Um PSD forte é bem capaz de dilacerar este CDS. Mas esperemos pela evolução política no PSD.
Em relação aos outros candidatos, a luta irá ser bastante interessante entre Carmona Rodrigues e Helena Roseta. Segundo a sondagem do DN desta semana, estes estavam classificados em segundo e terceiro lugar respectivamente, atrás de António Costa e à frente de Fernando Negrão. Será que o fiel da balança será um destes independentes? *
* Se Carmona Rodrigues não se recandidatar, e analisando a sondagem do DN, Fernando Negrão poderá ser o grande beneficiado. Helena Roseta, no caso de ser a única candidata independente, poderá tirar o sono a António Costa, surgindo como o maior perigo para o candidato do PS.
Este Blog regressa à normalidade a partir de hoje!
política à portuguesa
2 Comments Published by Nuno Gouveia on segunda-feira, maio 14, 2007 at 19:51.PS: Na última e nesta semana o blog andará em ritmo de tartaruga. Para a semana regressará à normalidade.
Dito isto, à direita, parece-me que PSD e CDS deverão apoiar um candidato independente, para potenciar uma vitória que será muito difícil, mas possível, devido à divisão da esquerda.
Muito por culpa de Sarkozy, estas eleições estão a ser um verdadeiro sinal que a França pode voltar novamente a suscitar interesse no mundo e desempenhar um papel importante na geopolítica mundial. Nunca vi em Portugal tanta gente interessada na França e nas suas eleições. Pena é que os media portugueses não tenham qualidade e valor para cumprirem o seu papel.
Apesar de não ter visto o debate todo, pois a RTPN apenas transmitiu cerca de 1h30, gostei bastante do que vi. Nicolas Sarkozy demonstrou que, se ganhar, vai ser um grande presidente da França. Gostei particularmente de ver um político a defender políticas de direita e um projecto para a França antagónico ao da esquerda. Com Sarkozy a liderar, a França vai mudar.
Em relação à sra.ª. Ségolène Royal , confirmou tudo aquilo que tinha lido dela: vacuidade de ideias, pertencente a uma esquerda que já não se vê. Começar o debate a prometer que todas as mulheres polícias iriam ter um acompanhante para levá-las a casa à noite não é de alguém que quer liderar um país.
As reacções da imprensa portuguesa: como sempre tem acontecido na cobertura a estas eleições, consideraram na generalidade que Ségo tinha batido Sarko. Azar para estas análises, todas as sondagens que se fizeram sobre o debate disseram exactamente o contrário. Enfim...