Parece que finalmente vamos ter novidades deste processo sui generis da vida pública portuguesa. Até sexta-feira vamos ter acusação formal aos arguidos. Sabemos que este, como muitos outros processos envolvendo pessoas mediáticas, irá arrastar-se mais alguns anos até ao fim do julgamento e que a culpa provavelmente morrerá solteira. Ontem soubemos que o Eng. Leonel Viana, actual líder da concelhia do PSD e antigo vereador da Câmara Municipal de Gondomar, foi constituído arguido no mesmo processo. Para quem não se lembra deste personagem, ele foi um dos que, dentro do PSD, dificultou a candidatura do PSD em Gondomar nas últimas autárquicas, para favorecer a candidatura independente do Major Valentim Loureiro. Representa o aparelho na sua forma mais vil em Gondomar, e foi responsável pela forma vergonhosa como muitos militantes do PSD Gondomar se portaram nas últimas eleições autárquicas. Espero que esta acusação, a confirmar-se, tenha consequências políticas e que se afaste da liderança da concelhia do PSD.
Portanto, e fazendo um exercício de futurologia, caso o pai da democracia não se tivesse dado ao trabalho de fazer uma triste figurinha ao candidatar-se, nós não tínhamos qualquer movimento de cidadania. Os partidos eram porreiros novamente, a cidadania estava bem servida com o PS e o Manel contentava-se em ser mais um na A.R..
PSD... Que futuro?
A actual direcção tomou já uma medida correcta, de impedir que as quotas dos militantes pudessem ser pagas sem ser pelos próprios. O que acontecia até agora é que presidentes das secções pagavam as quotas a todos os militantes que as tinham em atraso, favorecendo o peso da sua secção nos congressos e na estrutura do partido. Mas será preciso fazer muito mais no campo interno. Em primeiro lugar, parece-me óbvio a limitação de mandatos nos cargos do partido, exceptuando para os órgãos nacionais. Não me parece saudável ter as mesmas pessoas nas direcções das secções eternamente. Desde que sou militante, a minha secção teve apenas dois líderes. O primeiro só ainda não é presidente porque teve alguns problemas com a justiça e já nem é militante. Obviamente o sucessor foi um colaborador próximo. As eleições directas são um passo evidente para a necessária democratização interna, mas insuficiente. O PSD tem muitos militantes que nem sequer votam no PSD. É necessário fazer um novo processo de refiliação ou então cessar a militância a quem não pague quotas durante 3 anos. O PSD tem que apostar na formação dos seus militantes e reagir às novas ameaças aos partidos. Tem de conduzir a sociedade civil para o PSD e isto só se conseguirá se projectar uma imagem diferente da actual. Muitas mais medidas haverá a tomar, mas parece-me que é dentro que se começa a trabalhar para fora.
O PSD tem de usufruir dos próximos 4 anos para modernizar-se e preparar-se para constituir uma alternativa ao PS. Não pode ser uma tímida réplica deste governo; a oposição deverá ser feita pela diversidade de políticas e não pela crítica simples. O PSD corre o risco de se converter no partido conservador inglês, que perdeu 3 eleições seguidas porque não entendeu os novos tempos e continuou a apostar nas soluções passadistas. Sócrates tem tido algumas opções correctas, que deveriam ter sido medidas dos governos do PSD. E aqui tem que apoiar o governo. Mas não pode aceitar a construção da OTA ou do TGV, que trará sérios danos para o futuro de Portugal. Não pode continuar tolerar este aumento de impostos contínuo que prejudicam a economia portuguesa. A política económica deste governo só favorece o nosso atraso estrutural. Continuamos a aplicar as velhas ideias económicas aumentando o peso do estado na economia em vez de apoiar dar lugar à iniciativa privada. O PSD tem que se afirmar como uma alternativa liberal a esta política económica; não pode defender mais do mesmo. O futuro do PSD tem que ser definido claramente, e não pode continuar agarrado ao centro, que tanto mal tem feito ao país nos últimos anos. Se Marques Mendes ou o tal líder “salvador” que parece estar a ser cozinhado, optarem pela mudança, poderão convencer uma imensa geração de portugueses que estão fartos deste “bloco central” a optarem por trabalharem de corpo e alma no seu projecto. Se for para continuar o mesmo caminho do “centrão” e do “aparelho”, temo que perca cada vez mais na sociedade civil.
Com a vitória dos radicais do Hamas na Palestina, o campo da paz saiu derrotado no sufrágio palestiniano. O Hamas, responsável por milhares de mortes em Israel, e considerada uma organização terrorista pela União Europeia e Estados Unidos vai ser agora o responsável pelo governo da Palestina. A hipótese, remota de abandonarem as armas e enveredar pelo caminho da negociação política é uma ténue esperança para a paz. Pode ser que o peso da responsabilidade de governar altere a forma destes senhores verem o mundo. Se querem ser interlocutores válidos tem que reconhecer o Estado de Israel e abandonar a luta armada. Se assim não for, o mundo ocidental tem que repensar o seu apoio a este governo.
Hoje Sócrates confirmou mais uma vez o seu nível. Ao negar o óbvio, Sócrates mente novamente aos portugueses. Alguém acredita que ele não sabia que Alegre estava a falar quando começou o seu discurso? Toda a gente sabe como são seguidas as eleições nas noites eleitorais nas sedes dos partidos... Então, se ele não estava a ver televisões, os seus assessores estavam a dormir? A sua atitude foi muito feia, mas negar o óbvio é ainda pior! Esta atitude demonstra o carácter do nosso Primeiro Ministro.
Será que alguém também acredita que Jerónimo Sousa não sabia que Marques Mendes estava a falar quando começou o seu discurso?
Ouço os extremistas de esquerda (BE e PCP) a falarem e não os percebo. Realmente não os percebo.
Por um lado lamentam a eleição de Cavaco Silva para o cargo de Presidente da República, pois temem que haja “proximidade e até identificação” das políticas o que não deverá “levar à instabilidade institucional”, mas sim à continuação das políticas deste Governo.
Por outro defendem que uma única candidatura do PS levaria a uma eventual segunda volta e a uma, muito hipotética e eventual, eleição desse candidato “de esquerda”.
Mas o que estariam eles à espera…que o candidato do PS tivesse como missão dificultar a vida ao Governo? Que fosse um contra – poder ao Governo que o apoiou na eleição ao cargo?
Para os bloquistas, comunistas e outros radicais de esquerda, tanto faz que seja o Cavaco ou o Soares ou até o Alegre…pelos vistos, e no seu ponto de vista, todos esses candidatos serão subservientes às “políticas de direita” deste governo.
PS: Será que Marcelo é uma carta fora do baralho?
Daí esta minha insistência. Ou eu estou muito enganado ou o candidato Cavaco Silva obteve uma maioria absoluta (até podia ser de 50,01 %) … à primeira volta…contra cinco candidatos claramente hostis. Existe mais algum caso semelhante na história das eleições Presidenciais?
Cavaco Silva ganhou claramente estas eleições…contra uma avalanche de insultos e difamações vindas da esquerda…contra uma torrente de candidatos (nada menos que cinco) de esquerda, o que obviamente evitou uma pesadíssima derrota do eventual candidato de esquerda que sozinho se apresentasse. Mas será que isso convenceu os mais fanáticos de esquerda? É óbvio que não…
O Blog de esquerda “causa deles”, em que impera a desbocada Ana Gomes e o razoável Professor de Direito Vital Moreira, não se convence e permite-se tirar ilações como “ a derrota deve-se à abstenção de esquerda”…”vitória fraca”…”apenas por 0,6%”…“é preferível a ter de suportar uma derrota mais pesada na 2ª volta”, e a incrível afirmação de que “é preferível a vitória de Cavaco a ter de apoiar Alegre na 2ª volta”.
Meu caro ex – professor, as suas afirmações são, com o devido respeito, completamente patéticas, ridículas e reveladores de pouco fair – play democrático…talvez resquícios dos seus tempos áureos enquanto simpatizante da U.R.S.S!
Cavaco Silva teve nada menos que cinco adversários. Esses adversários, sem excepção, utilizaram todo o seu tempo de antena para menosprezar Cavaco, para amedrontar com cenários de instabilidade, para o apelidar de economicista, para acenar com eventuais favorecimentos de grandes grupos económicos, bla, bla, bla…
Cavaco Silva conseguiu ter 50,6% dos votos numa eleição com cinco adversários. Como V.Exa bem reconhece no seu ultimo post, se apenas tivesse havido um adversário, a eleição teria sido esmagadora. Basta comparar, como V.Exa faz quando lhe convém, com a votação de Mário Soares, na 1ª volta do seu primeiro mandato. Sabe tão bem como eu qual foi a votação de Mário Soares (e apenas falo nesta porque é a eleição que mais se assemelha à eleição de Cavaco Silva).
A vitória de Cavaco é esmagadora…e deixa-lhe a margem de manobra para cumprir exactamente aquilo que prometeu nesta campanha…colaborar com o Governo…nunca passando cheques em branco.
Fez uma campanha desastrosa e teve o que merecia. Sai destas eleições com uns miseráveis 14,6% atrás de Manuel Alegre e deixa uma triste imagem para a sua memória. Na noite de hoje aceitou a derrota e nada mais disse. Está certo que nunca iria pedir desculpas públicas a Cavaco Silva pela forma como o tratou durante a campanha, nem fez meia culpa dos seus erros. Mas que lhe ficava bem…ai isso ficava
Teve um resultado verdadeiramente espantoso, que não acreditava. Claro que é um derrotado, mas que deixa boa imagem para o futuro. E ficamos também a saber que tinha razão em relação à Eurosondagem. Agora ficamos a saber que Rui Horta e Costa ou manipulou sondagens, ou então é incompetente. O que, nos dois casos, não lhe fica nada bem.
Jerónimo
Dizem que é muito simpático e que é honesto. A imagem que transpareceu no seu discurso de derrota, é que é um bom comunista. Não aceita os resultados democráticos, quem elegeu Cavaco foram os poderosos, a comunicação social, e parece que da direita reaccionária. No fundo, continua igual a todos os comunistas. As pessoas não sabem votar, e são sempre enganadas pelo grande capital. Além de não ter cumprimento o vencedor, coisa que é apenas para democratas, ainda fez o mesmo Sócrates fez a Alegre. Começou a falar enquanto Marques Mendes fazia a sua declaração da noite. Enfim, é a democracia de Jerónimo.
Esteve igual a si mesmo: arrogante, autista e pregador. Ele ainda pensa que a esquerda não foi derrotada. Ele próprio não foi derrotado, pois no futuro é que a esquerda vai vencer. Amanhã, eles vão estar a lutar. O que ele se esquece é que anda na luta há 30 anos e o povo português parece não perceber a sua luta. E continua a não lhe dar o poder. Louça foi um dos derrotados da noite, e apenas se salvou, porque garantiu os euros necessários para continuar a “lutar”.
Garcia Pereira
Teve um mau resultado, mas com a cobertura que teve da comunicação social, melhor seria difícil. Mas enfim, em 2011 cá estará para mais umas eleições.
Finalmente, após o 25 de Abril, o espaço do centro e da direita ganhou as eleições presidenciais. E fê-lo com o seu melhor representante deste período, e aquele que mais o mereceu. Cavaco Silva merecia ser Presidente e provar que o cargo não é apenas para cortar fitas ou passear pelo mundo. Com muitos votos da direita, do centro e até mesmo da esquerda, Cavaco Silva era verdadeiramente o único candidato a Presidente da República. Parabéns a Portugal, aos portugueses e principalmente a Cavaco Silva. Esta é uma vitória só dele, não do PSD ou do CDS, nem daqueles que o apoiaram. A partir daqui, Cavaco Silva representa todos os portugueses. A seu tempo, como deu para ver em alguns discursos da extrema-esquerda, irá ter oposição. Mas destas eleições e desta noite eleitoral muito há que falar. Fica para amanha. Hoje a noite é de festa... Parabéns Sr. Presidente Cavaco Silva.
O Sr. Soares teve o que merecia depois de uma campanha verdadeiramente vergonhosa a todos os níveis.
Cavaco Silva 52%-55%
Mário Soares 15%-18%
Manuel Alegre 12%-15%
Jerónimo Sousa 6%-8%
Francisco Louçã 5%-8%
Garcia Pereira 1%-2%
A discriminação de Ana Gomes
A nossa estimada euro deputada Ana Gomes volta à carga na sua luta pela igualdade na política. Os governos paritários são uma falsa questão, impregnada de populismo e demagogia. A discriminação está sempre errada, e o que ela defende é uma discriminação de facto, neste caso através do género. Tal como não será aceitável se daqui a uns anos houver discriminação positiva para os homens ocupar outras funções da vida pública, como os professores ou os médicos, classes onde há cada vez mais mulheres. A categoria do género não deve ser uma condição para aceder a um cargo, mas sim a sua competência. Os exemplos que Ana Gomes dá são de facto bons exemplos para demonstrar que as mulheres podem aceder ao poder, mas não é pelo facto apenas de serem mulheres. A formação de governos paritários só promove a incompetência ao poder, e isso não ajuda nada o país. Ainda mais em Portugal, onde todos sabemos que poucas são as mulheres que se interessam pela política. Espero que num futuro próximo sejam cada vez mais as interessadas, e que tenham mais qualidade que a nossa geração de políticos. E se a Dr.ª. Ana Gomes defende a igualdade, não pode apregoar que algumas pessoas beneficiem pela sua condição de género.
Estamos a 4 dias das eleições presidenciais. Alguns queixam-se que estas eleições foram “chatas”, outros que os candidatos nada disseram, a campanha foi muito fraca, e ainda por cima, o povo está enganado. A verdade é que espaço político do centro e da direita estão muito próximos de ter finalmente um presidente. Cavaco Silva, o único que se apresentou nestas eleições como verdadeiro candidato, tem feito uma campanha notável a todos os níveis. Os outros, têm agido de uma incoerência gritante, agarrados que estão ao anti cavaquismo primário. Jerónimo insurge-se pelo facto de Cavaco cantar Grândola Vila Morena ( eu não a cantava pelo facto que não gosto, mas será que só alguns é que podem gostar?), Louçã grita com o perigo do cavaquismo e da arrogância, no seu estilo de “pregador” da moral, Alegre não se cala e relembra o anti fascismo e a sua luta contra a ditadura, e Soares, o velho político, cansado e agastado, que tantos erros tem cometido nesta campanha. As gaffes são uma constante, liga para ministros para fazer campanha, grita com o perigo do golpe constitucional se Cavaco ganhar (bem sei que foi um ministro, mas Soares deve ter gostado desta), ridiculariza-se cada vez que abre a boca, e parece não acreditar que o seu “povo”, aquele que lhe pertence por direito, desta vez não vai votar nele.
Sinceramente, Cavaco Silva merece ganhar estas eleições, também pelo seu passado, mas principalmente pela forma descomplexada de como se apresentou a estas eleições. Cavaco é de facto um homem livre, e pode ser uma lufada de ar fresco em Belém, depois de 10 anos cinzentos de Jorge Sampaio. Dia 22 de Janeiro, pode ser um dia histórico para Portugal. Ninguém pode ficar em casa, todos temos de ir votar em Cavaco Silva.
Vejam só a linguagem usada pela Euro – Deputada Ana Gomes (mais uma vez)…deve ter sido falta de umas palmadas em pequena!
Ainda ontem tivemos um pequeno teste às capacidades dos candidatos presidenciais. Surgiu o caso das escutas telefónicas aos políticos. Obviamente caiu o Carmo e a trindade…ou não se tratasse da classe política.
Logo pela manhãzinha, aquando do aparecimento do 24 horas nas bancas, Manuel Alegre e Louça afirmaram que demitiriam o Procurador-geral da República. Mário Soares referiu que as escutas tinham de ser limitadas no tempo, individualizadas e excepcionais. Cavaco Silva referiu que era necessário investigar melhor os factos noticiados.
Ora bem, hoje sabemos alguns outros factos. Afinal não foi bem como o jornal noticiou. Pelos vistos Manuel Alegre e Louça, na sua louca ânsia de populismo, falharam o alvo. Anteciparam-se e revelaram que não têm perfil para um cargo que exige ponderação e responsabilidade.
Mário Soares revelou que de jurista têm pouco. As escutas já são excepcionais, já estão limitadas no tempo e obviamente que são perfeitamente individualizadas. Quem não sabe do que fala têm apenas uma opção, estar calado.
Resulta claramente desta campanha eleitoral que os outros candidatos (sejamos claros, candidatos claramente partidários) têm um ódio visceral ao Professor. As suas campanhas são preenchidas única e exclusivamente por críticas e mais críticas ao Professor, e até aos seus apoiantes.
Parecem-me assim evidente que uma vez eleito, como tudo o indica, o Professor irá tornar-se no alvo preferencial de todos os ataques da oposição (de esquerda). É por isso lógico concluir que, estando neste momento 4 partidos parlamentares a fazer oposição ao Governo, apenas dois ficarão.
Mário Soares afirmou hoje que não fala mais aos jornalistas. Seguindo as tácticas futebolísticas, decreta um black out, como fazem os clubes de futebol quando as coisas não estão a correr bem. Os jornalistas são sempre um bom saco de boxe. Neste caso poderia ser uma boa noticia para todos nós, não conhecêssemos nós bem Mário Soares mas, tal como no futebol, o que hoje é verdade, amanhã é mentira.
Cavaco continua muito à frente
Mário Soares, o abjecto candidato do PS, disse que se fosse religioso, pensaria que o furacão Katrina teria sido obra de Deus. (Ninguém se escandaliza com isto?????)
Arik
Quando ontem à noite soube da gravidade do estado de saúde de Ariel Sharon, não pude ter um sentimento draconiano sobre o futuro do processo de paz no Médio Oriente. Arik foi, depois de Rabin, o grande sinal de esperança para a paz em Israel. Foi ele que começou a retirada dos territórios ocupados, não dando tréguas aos terroristas palestinianos. Foi ele que ganhou a confiança dos novos governantes palestinianos para obter um acordo de paz duradouro. Foi ele que deu esperança a milhões de israelitas para conquistar a paz, mesmo saindo do seu partido de sempre e fundando outro, com tantas figuras do campo da paz, como Shimon Peres. Era o Kadima que se preparava para vencer as eleições no próximo mês de Março, contra os radicais do Likud e os ingénuos dos Labour. Saibam os próximos governantes continuar o seu trabalho a frente de Israel. Apesar da gravidade do seu estado de saúde, espero que Ariel Sharon recupere e consiga viver em paz durante algum tempo. Por enquanto, a esperança é ténue, mas temos que acreditar...
Sejamos claros…
Notas de um inicio de ano
Bilhete de Identidade – Acabei de ler o tão afamado e criticado livro de Maria Filomena Mónica. E a verdade é que gostei bastante. Não propriamente de algum aspecto especial, mas porque a escrita é agradável e a leitura que se pode fazer da sociedade portuguesa, especialmente da década de 60 é muito interessante. O principal para mim, é que Filomena Mónica é realmente excitante e deliciosa, que teve uma vida igual a tantas outras, mas soube dar-lhe um outro encanto ao transformá-la em livro. A forma completamente descomplexada e autêntica como aborda a sua vida, faz-nos entrar no seu mundo e conhecer as suas angústias, os seus sentimentos e emoções. É realmente uma mulher muito interessante, que nos faz querer ir mais à frente, e tentar ser melhor do que somos, apesar das dificuldades e das contrariedades que nos vão surgindo. Quanto às críticas que tenho lido, umas são por puro provincianismo, outras por inveja e algumas lá terão a sua razão de ser. Mas sinceramente é uma lufada de ar fresco na nossa sociedade atrasada.